Esta
semana estive assistindo à exposição, pelo Sr. Prefeito Municipal, do relatório
da auditoria sobre o quadro real de situação da Santa Casa. Aliás, já pela segunda vez, em vista do cargo
que ocupo, dessa feita, aos sócios da Santa Casa de Barretos.
Interessante o quadro dos sócios presentes: figuras inegavelmente
abnegadas, pelas suas intenções, porém, com muitas totalmente desinformadas
(outras fazendo–se desinformadas) sobre vários fatos gravíssimos, que levaram a
nobre casa a ser rotulada como fraudulenta, em passado não muito longínquo.
Mais
interessante ainda (e triste), foi assistir ex dirigentes postando-se como
figuras vitimadas por um processo geral, eternamente culpando o SUS, mas que na
verdade foram causas da atual situação, mercê de administrações incompetentes e
de contabilização sombria, apesar de ter sido gerida por contabilistas e
empresários.
Cena
dantesca foi a dos senhores sócios assistirem ao relato do descalabro
financeiro, que foi crescendo de déficits de 4 milhões, da gestão de um, para
12 milhões do outro e agora com mais de 63 milhões, tudo parecendo que os
gestores alí presentes nada tinham a ver com o volume de empréstimos bancários
de 24 milhões (só em 2012), coincidindo
com o afundamento da situação geral do hospital.
A pergunta que poucos fazem (e que não deve
ser calada) é: qual foi o destino desse dinheiro ? E o que é pior: por que não existe detalhamento contábil que
possa demonstrar o que realmente aconteceu, APESAR
DE OS DOIS ÚLTIMOS SEREM EMPRESÁRIOS DO RAMO DE CONTABILIDADE. Algo grave que
se sabe é que pagamentos e pagamentos foram feitos com a rubrica
acordo com a direção, sem
comprovação devidamente esclarecedora. Será
que tudo ficará por conta de boatos de uso indevido do sagrado dinheiro
destinado ao atendimento terciário da saúde ?
É lamentável que
instituição tão necessária e essencial tenha sido usada descaradamente como
trampolim politico, até conseguindo levar algum ao posto e que, mesmo assim,
não teve marca relevante à frente da Prefeitura, como outros sucumbiram no meio
do caminho pela clara incompetência.
Soa irônico, à beira da
“cara durice”, criticar o prefeito atual, imbuído da missão de socorrer o
desastre que lhe foi jogado ao colo. Mormente tendo sido um ex prefeito que foi
a principal causa do afundamento de nosso tradicional hospital. E tendo-o usado
como trampolim, administrando como provedor/prefeito. Pior ainda: tendo levado
o hospital à vala de hospitais fraudulentos.
Cabe nesse momento,
documentar que a classe médica, sempre acusada covardemente de aproveitadora do
hospital, nada tem a ver com esse desastre vergonhoso a que foi levada a Santa
Casa. Ao contrário,
essa classe sempre foi parceira, credora como é, no momento, de honorários
originariamente destinados e destináveis a ela pela fonte pagadora, mas que
foram indevidamente apropriados pelas más gestões anteriores.
É também momento de
esclarecer uma dúvida trazida por colocações, esporádicas e indevidas, do tipo:
se o médico precisa do hospital para viver ou sobreviver , por que então não
pagar para lá trabalhar? A reposta é
muito simples: quem primeiro precisa do hospital para viver e sobreviver é o
paciente. Depois o funcionário. O médico pode perfeitamente trabalhar e viver
sem hospital. Quando o usa (e é logico que muitas vezes usará) é exatamente
para atender quem real e efetivamente dele precisa para sobreviver.
Por fim, vale a pena deixar claro o nosso otimismo
quanto à possível recuperação desse importante e tradicional hospital, pelo
empenho e responsabilidade do Sr. Prefeito Guilherme de Ávila, que merece o
voto de confiança da comunidade, para
suplantar esse momento grave, valendo-se da sua vontade, disposição, arrojo e
apoio político que pode conseguir das altas instâncias de governo, bem como de
cada um dos cidadãos barretenses.
É o que se
espera. É no que todos acreditamos.
Dr. Fauze
José Daher
Nenhum comentário:
Postar um comentário