É interessante conhecer a extensão do
valor que tem essa atividade médica no seio da sociedade em geral e das
comunidades. Classicamente, com as carcterísticas de ser uma atividade ampla e, ao mesmo
tempo, discreta no seu funcionamento.
Começa por um fato grave e preocupante
que envolve nosso Brasil, que ultimamente tem constatado, como se apurou há
poucos dias, o grau de insuficiência de formação (graduação) dos médicos recém
formados. O CRM de São Paulo mediu que menos da metade dos formandos em
Medicina tem competência mínima para uma prática aceitável. Assim colocaria
toda uma população exposta a um nível de decisão que pode ser grave ou até
fatal.
Isso fica agravado pela
irresponsabilidade do govêrno federal dos últimos anos que aumentou de forma
absurda o número de escolas médicas sem condições de boa formação, baseado num
discurso demagógico de oferecer mais médicos para a população, sem se preocupar
com qualidade de formação.
Aí é que entra a Residência Médica. No
Brasil criada à semelhanca do modelo Americano que "inventou" essa importante
atividade no final do século 19, idos dos anos 1890, segundo relatos
relacionados. Em nosso país, começou a ser praticada na segunda metade do
século passado (20) e somente oficializada, como atividade profissional, a
partir de 1.977.
O que é a Residência Médica? Primeiro,
uma disposição digna e reponsável do médico em se esmerar ainda mais, após os
seis anos de formação, estudando e trabalhando mais 4 ou 6, para efetivamente
se tornar um profissional com perspectiva de estar sempre preparado ao atual e
aos futuros avanços da Medicina. Alcança com isso uma especialização nos seus diversos
ramos.
Voto
de sacrífício, mas de investimento técnico e humano, e de renúncia diante da
sedutora oportunidade que tem de imediatamente já conseguir bom rendimento
financeiro. Ainda mais estando suscitado a isso pelo enorme gasto financeiro na
graduação, extremamente cara, pelo que a maioria das escolas médicas cobram
para levar o cidadão e o curso a termo.
Outro
aspecto é o ganho de qualidade assistencial para os hospitais formadores uma
vez que o paciente tem, diuturnamente a seu lado, um profissional desse nível,
a respaldar a conduta do médico titular assistente, que não teria (nem tem) tempo
de ficar constantemente ao lado do enfermo. Ficando claro que as decisões são
sempre compartilhadas por 5 membros de uma equipe que, além do médico
responsável, tem a seu dispor mais quatro níveis de experiência que são os R1,
R2, R3 e R4, ou seja, as “idades” de residência de cada um na equipe.
Certamente é uma segurança para o assistido, para o assistente e para a
instituição.
Essa
excessiva criação de escolas médicas e a falta de vagas credenciadas para
Residência Médica, veio criar um problema atual que é a disputa por uma vaga em
RM, fazendo aparecer um novo vestibular após a formatura. Mais um
aspecto que valoriza aquele idealista, ao mesmo tempo que seleciona os melhores
formandos, garantindo qualidade já na admissão.
Aspecto
relevante é o ganho que a instituição passa a ter, traduzindo-se em melhor
repasse de custos nos serviços prestados que serão aumentados para o hospital como retribuição
para custeio e premiação ao abraçar essa atividade. MEC e Min. da Saúde passam
a reputar 50 % de aumento em diversos serviços normalmente prestados. Além
disso, coloca a instituição em nível de Hospital Escola, num status que deve
ser visto como condição qualificadora antes de tudo.
Com
isso Barretos passa a dispor de mais um relevante serviço de apimoramento técnico,
somando-se ao que já existe no Hospital de Câncer (F. Pio XII), com histórica e
bem sucedida Residência Médica em especialidade específica.
Louva-se
o trabalho minucioso e obstinado de uma Comissão de Residência Médica da Santa
Casa (COREME), logicamente respaldada pelo longo trabalho iniciado na gestão do
Dr. Alexsander Staffi (Sec. da Saúde Munic.) e culminando com o arrematamento
das providências lideradas pelo Dr. Eduardo Petrov, não esaquecendo que
Prefeitura e Prefeito Guilherme sempre estiveram acompanhando e autorizando os
passos necessários para essa conquista.
Grande
conquista que já terá, em primeiro de Março próximo, vagas preenchidas para 4
áreas: Clínica Geral, Cirurgia Geral, Pediatria e Ginecologia/Obstetrícia.
É
o nome de Barretos inserido num mapa nacional de hospitais com missão de
aprimorar profissionais de alto nível, gerando qualidade e segurança técnica a
serem espalhadas por esse Brasil afora.
Parabéns a todos.
Dr. Fauze José
Daher
Grastrocirurgião
/ Membro da COREME
Mestre
em Ciências pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP)
Advogado
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