quarta-feira, 2 de março de 2016

Residência Médica: a amplitude da sua importância


               É interessante conhecer a extensão do valor que tem essa atividade médica no seio da sociedade em geral e das comunidades. Classicamente, com as carcterísticas de ser uma atividade ampla e, ao mesmo tempo, discreta no seu funcionamento.
         Começa por um fato grave e preocupante que envolve nosso Brasil, que ultimamente tem constatado, como se apurou há poucos dias, o grau de insuficiência de formação (graduação) dos médicos recém formados. O CRM de São Paulo mediu que menos da metade dos formandos em Medicina tem competência mínima para uma prática aceitável. Assim colocaria toda uma população exposta a um nível de decisão que pode ser grave ou até fatal.
         Isso fica agravado pela irresponsabilidade do govêrno federal dos últimos anos que aumentou de forma absurda o número de escolas médicas sem condições de boa formação, baseado num discurso demagógico de oferecer mais médicos para a população, sem se preocupar com qualidade de formação.
         Aí é que entra a Residência Médica. No Brasil criada à semelhanca do modelo Americano que "inventou" essa importante atividade no final do século 19, idos dos anos 1890, segundo relatos relacionados. Em nosso país, começou a ser praticada na segunda metade do século passado (20) e somente oficializada, como atividade profissional, a partir de 1.977.
         O que é a Residência Médica? Primeiro, uma disposição digna e reponsável do médico em se esmerar ainda mais, após os seis anos de formação, estudando e trabalhando mais 4 ou 6, para efetivamente se tornar um profissional com perspectiva de estar sempre preparado ao atual e aos futuros avanços da Medicina. Alcança com isso uma especialização nos seus diversos ramos.
Voto de sacrífício, mas de investimento técnico e humano, e de renúncia diante da sedutora oportunidade que tem de imediatamente já conseguir bom rendimento financeiro. Ainda mais estando suscitado a isso pelo enorme gasto financeiro na graduação, extremamente cara, pelo que a maioria das escolas médicas cobram para levar o cidadão e o curso a termo.
Outro aspecto é o ganho de qualidade assistencial para os hospitais formadores uma vez que o paciente tem, diuturnamente a seu lado, um profissional desse nível, a respaldar a conduta do médico titular assistente, que não teria (nem tem) tempo de ficar constantemente ao lado do enfermo. Ficando claro que as decisões são sempre compartilhadas por 5 membros de uma equipe que, além do médico responsável, tem a seu dispor mais quatro níveis de experiência que são os R1, R2, R3 e R4, ou seja, as “idades” de residência de cada um na equipe. Certamente é uma segurança para o assistido, para o assistente e para a instituição.
Essa excessiva criação de escolas médicas e a falta de vagas credenciadas para Residência Médica, veio criar um problema atual que é a disputa por uma vaga em RM, fazendo aparecer um novo vestibular após a formatura. Mais um aspecto que valoriza aquele idealista, ao mesmo tempo que seleciona os melhores formandos, garantindo qualidade já na admissão.
Aspecto relevante é o ganho que a instituição passa a ter, traduzindo-se em melhor repasse de custos nos serviços prestados que serão aumentados para o hospital como retribuição para custeio e premiação ao abraçar essa atividade. MEC e Min. da Saúde passam a reputar 50 % de aumento em diversos serviços normalmente prestados. Além disso, coloca a instituição em nível de Hospital Escola, num status que deve ser visto como condição qualificadora antes de tudo.
Com isso Barretos passa a dispor de mais um relevante serviço de apimoramento técnico, somando-se ao que já existe no Hospital de Câncer (F. Pio XII), com histórica e bem sucedida Residência Médica em especialidade específica.
Louva-se o trabalho minucioso e obstinado de uma Comissão de Residência Médica da Santa Casa (COREME), logicamente respaldada pelo longo trabalho iniciado na gestão do Dr. Alexsander Staffi (Sec. da Saúde Munic.) e culminando com o arrematamento das providências lideradas pelo Dr. Eduardo Petrov, não esaquecendo que Prefeitura e Prefeito Guilherme sempre estiveram acompanhando e autorizando os passos necessários para essa conquista.
Grande conquista que já terá, em primeiro de Março próximo, vagas preenchidas para 4 áreas: Clínica Geral, Cirurgia Geral, Pediatria e Ginecologia/Obstetrícia.
É o nome de Barretos inserido num mapa nacional de hospitais com missão de aprimorar profissionais de alto nível, gerando qualidade e segurança técnica a serem espalhadas por esse Brasil afora.
Parabéns a todos.

Dr. Fauze José Daher
Grastrocirurgião / Membro da COREME
Mestre em Ciências pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP)

Advogado

Nenhum comentário:

Postar um comentário