E o tempo passou como um relâmpago,
conforme ouvíamos os mais velhos observarem durante nossa juventude.
Tive a felicidade de conhecer um futuro médico que em suas
férias gostava de ajudar seus irmãos na Farmácia Borges, famosa em seu tempo.
Sempre com o sorriso simpático, estava ali o João Albino, de muitos irmãos,
apoiando-os na movimentada drogaria, como que a selar uma união de família que
a muitos agradava.
Logo veio o médico pediatra desenvolver um trabalho
ininterrupto, receptor, ao mundo, de milhares de crianças com carinho,
competência e carisma que durou até que Deus o viesse levar há pouco. Tive a
honra de tê-lo Pediatra de meus filhos.
Rapidamente se implantou, consagrou-se
e soube lograr aquilo que Dr. Spina observou-me um dia: “Fauze, atente para um
fato certo: fazer clínica é fácil. Difícil é mantê-la ao longo de toda a
carreira”. Ducatti soube manter a mesma atenção e eficiência que deve sempre
estar presente, mormente, para o pediatra. E soube finalmente manter sua
clientela pela sua acertada vocação.
Apaixonado pela classe que procurou
defender, fazia questão de liderar por 3 décadas a atividade esportiva da Casa
do Médico, trabalhando pela organização e com participação efetiva em quase
todas as modalidades de disputas nos Jogos dos Liberais.
Uma personalidade apaixonada também
pela nossa Santa Casa. Em momentos difíceis ao longo da história da instituição,
procurava fazer o “meio de campo” para acomodar as incompreensões que pudessem
estar vigendo na busca de um futuro melhor para a quase centenária casa de
atendimento às mais diversas aflições.
Era o seu jeito calmo, paciente e
reflexivo com a postura de ouvir, ouvir e ouvir, antes de emitir uma opinião que
sempre se caracterizou por ser aglutinadora, procurando acalmar as coisas nos
momentos mais difíceis de nossa querida Santa Casa.
Foi embora o bom colega e amigo. O
bom filho e irmão. O bom esposo e pai, com a característica de ser muito
querido pelos seus cunhados, sogro e sogra
mineiros de BH; como também os barretenses e os olimpienses.
Foi embora um palmeirense fanático, mas que sabia lidar com
os “adversários de time” sempre com educação, fineza, esportividade e lucidez
sobre as realidades que envolviam cada time de futebol.
Contar a história do “Dr. Ducatti”
careceria páginas e mais páginas. Porém, o momento é de uma singela homenagem
por essas palavras que devem carregar o pensamento, as orações e a
solidariedade dos médicos de todas as gerações.
Às novas “levas” de jovens
profissionais médicos, de várias idades, fica um exemplo que estará cada vez
mais difícil de se encontrar, especialmente, num mundo de mudanças a cada
instante.
Nossa Barretos e região é grata pela
sua missão bem cumprida.
Um grande abraço à Lucinha e à Bruna
e esposo. Nossa gratidão por poder ter a oportunidade de conviver com o “Duca”.
Que Deus o
receba em sua Misericordiosa Graça.
Dr. Fauze José Daher