domingo, 29 de junho de 2014

A prefeitura e a continuação de obras: atitude louvável

        
           O barretense tem observado, e muito satisfeito, o movimento de obras envolvendo o fundo de vale que vai desde a rua 4 até a região dos lagos.
São ruas empoeiradas e obstruídas pela própria execução do trabalho, que provocam um certo aborrecimento, mas totalmente absorvido pela perspectiva de que o resultado será bom para nossos cidadãos.
É um fato digno de registro histórico na política e administração de Barretos. Isso porque noutros tempos assistiu-se a postura absurda de não se dar continuidade ao que prefeitos anteriores tinham iniciado.
 Foi um vício político abominável que prejudicou uma cidade, então mais antiga e famosa que diversas outras da região e que, afinal, ocuparam espaço de progresso muito maior, exatamente por conta do que estamos vendo aqui atualmente.
Dentro desse histórico enfocado, um dos prefeitos, Uebe Rezeck, fez a retirada dos trilhos, deixando um traçado de grande porte desnudado para futuras soluções. O outro, no caso Emanoel Carvalho, projetou e iniciou a reurbanização desse traçado, consolidando alguns poucos trechos que se mostraram adequados e agradáveis ao anseio da população.
Agora o prefeito Guilherme continua o que foi iniciado e certamente irá agradar ao principal interessado nas inovações, que é o povo barretense. Seja com críticas pelos transtornos normais do processo de execução, seja por alguma logística que poderia ser melhor implementada, o fato é que rompe-se um péssimo costume antigo de retaliar o que foi parcial e previamente realizado.
A atitude egoísta e obtusa de políticos, até com boa visão, porém, com postura personalista e carente de lastro estadista, parece estar ficando para trás, por conta dessas últimas duas gestões municipais que encadeiam um novo pensamento de continuidade administrativa. Na verdade um antiquíssimo pensamento, mas, para nós, uma interessante inovação.
Fica para futuros gestores um exemplo de que uma grande obra, incapaz de ser totalmente realizada numa gestão, poderá ser enxergada pela população, que certamente saberá reconhecer o papel de cada administrador. E também repercutir em votos, que acaba sendo a maior preocupação dos candidatos (verdadeiramente) menos preparados para a vida pública.
São registros que merecem serem feitos até para alentar prefeito e vereadores, em meio às críticas que são mais comuns e fáceis de serem feitas e propagadas. É lógico que as críticas são inevitáveis e necessárias dentro de um processo democrático maduro, apesar de algumas postadas de forma viciada ou mal intencionada.
De fato, rumores estão acontecendo no que tange à postura administrativa da equipe de governo, minando o crédito de alguns assessores. Ao mesmo tempo, tem se notícias de substituições que, sendo procedentes, não devem ser lentas nem lerdas à luz do que exige o bom procedimento de uma administração pública.
Essa é uma questão séria e grave a ponto de poder empanar todo o benefício de obras que trazem visibilidade. É exemplo típico de situação para ser praticado o clássico ditado que recomenda “cortar o mal pela raiz”: se fazer isso é fundamental na vida privada, no meio público é ainda maior por ameaçar a probidade administrativa.
Finalizando vale comemorar a continuidade das correções das valetas, agora com maior cuidado na logística de suas execuções. Sempre bom pensar que o transtorno necessário não pode suplantar o efeito benéfico das mesmas.
Se vai aí alguma crítica, vale mais a mudança da postura que deve ser enaltecida.

Dr. Fauze José Daher

Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos
Conselheiro Curador do UNIFEB
Acadêmico de Direito do UNIFEB

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