O barretense
tem observado, e muito satisfeito, o movimento de obras envolvendo o fundo de
vale que vai desde a rua 4 até a região dos lagos.
São ruas empoeiradas e obstruídas pela própria execução do
trabalho, que provocam um certo aborrecimento, mas totalmente absorvido pela
perspectiva de que o resultado será bom para nossos cidadãos.
É um fato digno de registro histórico na política e
administração de Barretos. Isso porque noutros tempos assistiu-se a postura
absurda de não se dar continuidade ao que prefeitos anteriores tinham iniciado.
Foi um vício político
abominável que prejudicou uma cidade, então mais antiga e famosa que diversas
outras da região e que, afinal, ocuparam espaço de progresso muito maior,
exatamente por conta do que estamos vendo aqui atualmente.
Dentro desse histórico enfocado, um dos prefeitos, Uebe
Rezeck, fez a retirada dos trilhos, deixando um traçado de grande porte
desnudado para futuras soluções. O outro, no caso Emanoel Carvalho, projetou e
iniciou a reurbanização desse traçado, consolidando alguns poucos trechos que se
mostraram adequados e agradáveis ao anseio da população.
Agora o prefeito Guilherme continua o que foi iniciado e
certamente irá agradar ao principal interessado nas inovações, que é o povo
barretense. Seja com críticas pelos transtornos normais do processo de
execução, seja por alguma logística que poderia ser melhor implementada, o fato
é que rompe-se um péssimo costume antigo de retaliar o que foi parcial e
previamente realizado.
A atitude egoísta e obtusa de políticos, até com boa visão, porém,
com postura personalista e carente de lastro estadista, parece estar ficando
para trás, por conta dessas últimas duas gestões municipais que encadeiam um
novo pensamento de continuidade administrativa. Na verdade um antiquíssimo
pensamento, mas, para nós, uma interessante inovação.
Fica para futuros gestores um exemplo de que uma grande obra,
incapaz de ser totalmente realizada numa gestão, poderá ser enxergada pela
população, que certamente saberá reconhecer o papel de cada administrador. E
também repercutir em votos, que acaba sendo a maior preocupação dos candidatos (verdadeiramente)
menos preparados para a vida pública.
São registros que merecem serem feitos até para alentar prefeito
e vereadores, em meio às críticas que são mais comuns e fáceis de serem feitas
e propagadas. É lógico que as críticas são inevitáveis e necessárias dentro de
um processo democrático maduro, apesar de algumas postadas de forma viciada ou
mal intencionada.
De fato, rumores estão acontecendo no que tange à postura administrativa
da equipe de governo, minando o crédito de alguns assessores. Ao mesmo tempo,
tem se notícias de substituições que, sendo procedentes, não devem ser lentas
nem lerdas à luz do que exige o bom procedimento de uma administração pública.
Essa é uma questão séria e grave a ponto de poder empanar todo
o benefício de obras que trazem visibilidade. É exemplo típico de situação para
ser praticado o clássico ditado que recomenda “cortar o mal pela raiz”: se
fazer isso é fundamental na vida privada, no meio público é ainda maior por
ameaçar a probidade administrativa.
Finalizando vale comemorar a continuidade das correções das
valetas, agora com maior cuidado na logística de suas execuções. Sempre bom
pensar que o transtorno necessário não pode suplantar o efeito benéfico das
mesmas.
Se vai aí alguma crítica, vale mais a mudança da postura que
deve ser enaltecida.
Dr.
Fauze José Daher
Diretor
Clínico da Santa Casa de Barretos
Conselheiro
Curador do UNIFEB
Acadêmico
de Direito do UNIFEB