Esses dias têm sido comemorados pelo esvaziamento dos leitos hospitalares para a terrível pandemia. Maravilha...! Momento de agradecer a Deus e ao empenho de muita gente corajosa, valente, abnegada e heroica pelo sacrifício de suas vidas na luta contra esse mal.
Algumas coisas precisam ser contidas assim como outras devem ser exaltadas como balizas para situações semelhantes que podem acontecer no futuro. O que foi abominável fez parte da postura atrevida de políticos e jornalistas, em grande número, intrometendo-se, a todo momento e de diversas formas, atazanando a vida de um exército de profissionais altamente especializados, que foram os médicos e pesquisadores.
Que coragem. E que quadro interessante contrastando médicos, cientistas, pesquisadores buscando soluções práticas e objetivas, enquanto, jornalistas e palpiteiros de toda ordem deformando as notícias de soluções para o mal.
Ponto alto para reflexão e aprendizado, foi a discussão ridícula, oportunista, altamente conflitante de interesses de toda natureza em torno do tratamento precoce e de medidas preventivas, tanto no desencadear como no agravamento da doença. Interesse escancarado de indústria farmacêutica, sociedades de especialidades médicas e a politicagem asquerosa em torno do assunto.
Absurdo foi tentar colocar em rota de colisão a vacinação (sim, esperada e parcialmente vitoriosa) com a prevenção medicamentosa e ação precoce no tratamento dos casos acometidos antes e durante o andamento da custosa vacinação. Uma coisa nada a ver com a outra. No fim, tudo valeu. Céticos sobre o valor da medicamentação precoce tiveram que passar por desgastes que chegaram a alegar efeitos danosos de medicamentos usados precocemente, por fim, concluídos como falsos e inverídicos.
E agora, em período de pós onda, tive que ouvir jornalista, próximo de nós barretenses, dando ênfase à necessidade de continuidade das medidas preventivas de contágio. Até aí, tudo bem. Vem, ato contínuo, o dissabor de recomendar (tal jornalista) o não uso de fármacos tidos como preventivos e terapêuticos, em atitude até tolerada ao vir profissional médico. Jamais reforçada por alguém não profissional de saúde e que deveria, mais, estar aprimorando o péssimo nível de jornalismo no Brasil.
Aqui vai uma recomendação de um médico, autônomo e livre para isso: medidas não farmacológicas e farmacológicas também devem continuar. Independentemente de debates estéreis alegando necessidade de comprovações científicas quando, de fato, tais comprovações demandam tempos, de ano a anos.
Quando se esperava que debates ridículos e superados ficassem para trás, aparece alguém (jornalista) a proscrever medidas de natureza médica, sem perceber que isso sim é, conceitualmente, charlatanismo: prescrição ou proscrição de ato médico sem ser profissional da área.
O que fica, além da “comemoração” que deve ser comedida? Esperança na efetiva qualificação das vacinas, medidas preventivas de TODA NATUREZA, fármaco ou não fármaco, e revisão do que foi bem feito ou não em nossa cidade: emprego lícito dos recursos recebidos, explicações de (confessadas) mortes em filas de espera de leitos, alto índice local de mortalidade que não se esperava acontecer em região tão rica economicamente como a nossa.
E um fingimento de adotar mas, coibindo, a prevenção e precocidade medicamentosa, que foi, felizmente, adotada por boa parte de colegas conscientes e autônomos, evitando com isso um volume maior de maus resultados.
Continuar rezando, para que as novas eventuais cepas dissipem-se naturalmente e o rico avanço na tecnologia de “construir” vacinas sejam abençoados, inspirando a inteligência humana de abnegados profissionais.
Enfim: comemorações, sim... vícios experimentados que fiquem para trás.
Dr. Fauze José Daher
Mestre em Ciências - UNIFESP
Gastro-cirurgião e ex Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos
Advogado.
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