sexta-feira, 10 de julho de 2020

Renatinho: a perda do jornalismo, da cidadania e dos amigos barretenses

O jornalismo brasileiro, quiçá mundial, sofre, em tempos contemporâneos, uma degradação dessa função que foi considerada no passado como o quarto poder da sociedade. Quão distante disso está...
A própria classe dos jornalistas reconhece o tanto que se desvirtuou a importantíssima missão de informar, conscientizar, definir rumos e diretrizes a toda população carente de conhecimento e diretrizes, formando opiniões para o dia ou ao longo do tempo.
Seja na grande imprensa, seja nos nossos redores, como está hoje difícil poder confiar em bons jornalistas.
Nesse cenário, o choque da perda precoce de quem tínhamos o privilégio de chamar de Renatinho. Que, na verdade, era uma figura que honrava a sua profissão por diversos traços de personalidade: inteligência, criatividade, sensibilidade social, discrição e feeling pelas coisas do interesse coletivo. Sempre prestativo.
Pessoalmente, o choque me atingiu frontalmente ao receber do José Renato Filho, abalado, a notícia, 40 minutos após e no próprio local onde outros colegas estiveram lutando pela sua reanimação. Mesmo calejado e preparado pela própria vida profissional, senti também o forte impacto da perda de uma pessoa que eu muito considerava e admirava. 
Além de tudo, um companheiro/parceiro da turma praticante de Tênis do Grêmio, com quem todos tinham o prazer de fazer uma dupla de jogo.
O bom jornalismo, no contexto da missão exercida com competência e ética, passa a ficar desfalcado em Barretos e no âmbito geral. 
Sempre aprendi que o profissional de qualquer área de atuação, atingirá o clímax de sua carreira, quando conseguir, além do seu sucesso, angariar a admiração e o respeito de seus próprios colegas de classe. E o Renatinho conseguiu trabalhar sempre com denodo, competência e com a admiração de todos.
Sua esposa, os filhos Renato e Camila, ao buscar a superação do trauma que representa uma perda súbita, repentina, recebem o consolo de que um Mestre da redação jornalística marcou seu tempo e sua vida como exemplo para novas gerações. Que, aliás, muito precisam hoje de bons modelos.
Todos os segmentos da nossa comunidade sentem muito com a triste notícia.
Que Deus proteja todos os familiares. 
Que possam contar com as preces de muita gente que passa a sentir a falta de um amigo talentoso.
Que Deus o tenha.

Dr. Fauze José Daher
Médico e Advogado

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