Antes de ser uma condição
virtuosa, quase sempre é prejudicial a quem consome ou é atendido na prestação.
Tanto assim é que governos modernos e civilizados estabelecem organismos
controladores das atividades no que se refere ao monopólio. Não poucos os
exemplos de carteis e trustes, tentados serem criados no Brasil, que foram
objetos de ações controladoras, vez ou outra divulgados na mídia nacional.
A preocupação maior
relacionada ao monopólio, é que a concorrência fica inibida, embotada e
impossibilitada de gerar melhor qualidade de produtos ou serviços; privando o cast de indivíduos, envolvidos na
cadeia produtiva, de conquistar melhor condição geral de trabalho. E lógico,
estando nas mãos de um só, fica-se sem saída diante de qualquer postura de
exploração pelo mesmo.
Na saúde é uma preocupação que
não pode ficar desprezada, porque há interesses econômicos, trabalhistas, de
prestação funcional e de consumo claramente envolvidos. Em grandes centros não
tem relevância, porque existem sempre muitos grupos concorrentes.
Entretanto, em Barretos passa
a ser uma questão a ser enfocada, diante de uma tendência que já se desenha
pela argúcia de pretensões que nos rondam. O atendimento ao paciente, público,
conveniado ou privado corre hoje o risco de ser abraçado por uma vertente
monopolizadora.
Não foi problema quando
existiam quatro hospitais: Santa Casa, Santa Inês, São Jorge, São Judas e H.
Câncer. Os dois últimos, na verdade, um só grupo. Hoje tende para se ter apenas
dois: São Jorge e, o outro, da Fundação Pio XII.
A preocupação cresce no
instante em que pretende o tal grupo majoritário, também assumir ou “abocanhar”
5 (senão todos) os postinhos de atendimento ora oferecidos pela administração
municipal. Esse passo torna-se ruim, porque à conta de incapacidade de gerir
tal função, que é essencial de Estado, insinua-se a privatizá-la. E o que é
pior: “debruçando” nos anseios do monopólio, conceitualmente visto como vicioso
e prejudicial, antes que virtuoso e produtivo.
Essa intenção já foi
claramente declarada por pretendente, que até se esqueceu de que o processo depende
de chamamento público (leia-se processo licitatório), postando-se já como
detentor de algo que considera benéfico. Sim, é benéfico para quem usa do
monopólio, porém, com todos os prejuízos de toda uma cadeia de interessados e
servidos.
Precisa-se estar de olhos
abertos. O mundo passa por um processo de concorrência salutar e produtiva. No
Brasil chegam grupos internacionais de prestadores de serviços de saúde com
altíssimos investimentos.
Campinas e Ribeirão Preto estão tendo hospitais
“paquerados” por diversos grupos internacionais, abastados, disputando áreas
promissoras de aprimoramento de um serviço que é sofrível no Brasil: o
atendimento de saúde.
E Barretos é um filão com região de 500.000 vidas que
podem interessar, seguramente, a pretendentes capacitados, de alto nível e em
regime de concorrência, sem monopolizar.
Uma questão importantíssima, é que interessa a esses
empreendedores de serviços médicos e hospitalares, o “fornecimento” de espaços
para o ensino, funcionando com hospitais-escolas. Já há grupo oferecendo seu
hospital como local de ensino para 5 faculdades de medicina, dada a dimensão do
atendimento.
Isso fica mais evidente e torna-se mais atraente, ao se
constatar que o volume de faculdades criadas, sem hospital escola, é enorme e
preocupante porque uma coisa não existe sem a outra: isto é, toda faculdade tem
que ter hospital escola, como exigência indisponível do Ministério da Educação
e Cultura (MEC).
É fundamental para enfermeiros, atendentes, médicos, e
funções paramédicas, terem diversidade de empregadores ou contratantes, livre
de estarem expostos aos problemas e inconveniências do monopólio.
É fundamental para a população atendida, ganhar
qualidade que só a concorrência pode proporcionar. Que só o profissional livre
de pressões de emprego, pode com tranquilidade oferecer.
Em suma, precisam estar atentos: a população, médicos,
paramédicos governantes (Prefeitura e Câmara Municipal) para os fatos que estão
por aí rolando, fugindo de algo que pode ser uma armadilha nociva ao interesse
da grande população.
Que prevaleça o que é racional, moderno, justo,
economicamente distributivo e democrático.
O amor sempre cabe, lógico. Desde que com inteligência
e sinceridade que, só assim, pode fazer o bem.
Mormente, o bem coletivo.
Dr. Fauze
José Daher
Diretor
Clínico da Santa Casa de Barretos
Gastrocirurgião
vídeo/endo/laparoscopista
Proctologista
/ Médico do Trabalho
Advogado
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