quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Dia do Médico na visão do médico “paciente”

          Todos os anos ouso escrever algo no dia dos médicos que me dá uma sensação agradável e prazerosa, do dever de ofício mas, que sempre senti, seria melhor se fosse escrito por pessoa não médica.
Este ano, me vi na condição de um acompanhante circunstancial. Explico: meu netinho teve pequeno trauma no olho, que careceu de intervenção especializada, e o avô o acompanhou com a mãe, para socorro no Hospital da Bahia.
Que sensação aguardar na sala de espera, com a devida e necessária qualidade, e assistir o atendimento feito pelo médico especialista. Foi uma experiência valiosa, também para aquilatar “o outro lado” de muitos momentos em nossas vidas (de médicos). Sala de espera, espera, ansiedade, tratabilidade, prognóstico.......
Quão importante é estar socorrido, e com a devida atenção. E mesmo sendo um gastrocirurgião, afeito a técnicas de ponta, naquele momento estávamos resumidos a um mero acompanhante, sofrendo com o netinho e nas mãos de uma figura que realmente merece ser valorizada: um médico (que poderia, eventualmente, ser uma médica).
Ilustre desconhecido, sotaque regional, diferente, estranheza do ambiente, o jovem Dr. Luiz Gustavo teve a paciência, eficiência e boa vontade de diagnosticar uma leve escoriação de córnea, tranquilizando a nós todos, de forma a cumprir sua missão sagrada: socorrer, cuidar e resolver uma angústia, que é a regra em todo e qualquer atendimento médico na milenar história dessa profissão/missão.
            Momento ímpar, em meio a todos os questionamentos que envolvem nossa moderna medicina brasileira. Contrasta com a falta de respeito vindas de cima (gestores) ou de frente (cidadão carente e revoltado) provocados por uma política obtusa, irresponsável, aladroada por governantes maciçamente repudiados.
            Num exemplo de médico, colocado no patamar de atendido, em tempos convulsivos que já acontecem (e que virão) para a nossa profissão/missão, vai a saudação e os cumprimentos pelo dia 18 de outubro, Dia de Lucas Evangelista e médico, nosso Santo Padroeiro.
            Dia de meditação sobre o desafio que já existe e que aumentará num futuro reservado ao convívio de gerações de colegas de formações diversas das que forjaram profissionais sempre muito respeitados e valorizados. E, interessantemente, cuidando de pessoas de gerações também diferentes.
            Dia de conscientização de que nossa classe é, no mundo e certamente no Brasil, a mais respeitada das profissões, medidas por pesquisas antigas e recentes.
    Dia de reforço dos princípios Bioéticos que advieram do imutável e sempre atual juramento enunciado por Hipócrates há mais de 2.400 anos.
            Parabéns Doutores: Deus que os proteja sempre na senda do sagrado trabalho.

Dr. Fauze Jose Daher

CRM 20.810
Gastro-cirurgião
Diretor Clínico da S. Casa de Barretos
Mestre em Cirurgia pela UNIFESP – Esc. Paulista de Medicina
Advogado – OAB SP

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