domingo, 20 de março de 2016

Cruz-em-credo para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Ave, Ave, Ave !!! ao Conselho Federal da OAB

            A posição tomada por assembleia de alunos e Professores da Faculdade de Direito da USP – SP estarreceu a muita gente respeitadora dessa “famosa marca universitária” ao longo de décadas.

Pensar que essa instituição foi norteadora de rumos no ensino do Direito e matriz dos maiores pensadores nesse ramo na história e no seio de nosso Brasil. Para citar, vale relembrar Ruy Barbosa, sua grande figura emblemática.
Pensar que é uma instituição que orgulha milhões de brasileiros, mesmo sem nada a ter com o uso de seus bancos de ensino.
E vir a público, num dos momentos da maior crise política, econômica e social (por impacto), manifestar apoio a toda essa bandidagem instalada no governo federal, realmente provocou uma profunda decepção a muita gente. Gente do ramo e fora do ramo, revelando, esse fato, uma realidade na qual poucos poderiam imaginar ser verdade: a que ponto chegou o nível do alunado e do professorado que deveria ser modelo, como sempre foi.
De fato, o nível do estudante superior em nossos dias, mormente nesse Brasil, mercê da péssima qualidade cultivada por esses últimos governos, têm exatamente a “cara” do Lula e da Dilma.
Pessoalmente, confesso que do alto dos meus 60 anos e no auge da carreira médica, tive vontade de realizar um sonho de meu pai: formar-me em Direito. Desejei tentar faze-lo na famosa Faculdade do Largo de São Francisco. Passei por um vestibular que me colocou na segunda fase (1.800 dentre mais de 11.000 candidatos).
 Sabia que na 2a. fase seria difícil concorrer. E se passasse não daria para mudar minha vida de Barretos para São Paulo, mexendo com todo um cabedal médico/cirúrgico, mesmo que fosse para satisfazer um sonho difícil. Viria a ser traumático, até, trocar o ritmo do profissional médico do interior para o da capital, que é muito mais sacrificado.
Por fim, sem dar tom de “uvas (da parreira) não alcançadas” optei pelo meu querido UNIFEB (Centro Universitário da Fund. Educ. de Barretos) onde vim a me graduar em 2.014, com a felicidade de receber minha carteira da OAB-SP, antes mesmo de receber meu cartucho do Diploma (aquele mesmo, vazio).
Se isso me foi um grande consolo, por ter estudado em escola de Direito (UNIFEB) de alto gabarito medido hoje pelo MEC, tive o prazer pessoal de cursar em centro universitário que vi nascer nos idos de 1.964. Foi motivo de grande felicidade.
O que vem agora ? Se eu já tinha, por essas razões, “administrado” esse jogo de desejos e realizações, estando agora feliz por ser um Mestre em Ciências pelo UNIFESP, minha querida e respeitada Escola Paulista de Medicina e advogado pelo UNIFEB, gozando de um grande prazer e orgulho.
Passei a ter essa felicidade aumentada por não ter o dever de defender uma posição ridícula da Faculdade do Largo do São Francisco, em apoiar um desastre nacional, em nome de “avanços sociais” que enganou a muitos, em nome da ignorância, mas que não poderia enganar a poucos, dotados de preparo tradicionalmente reconhecido e que parece não mais existir.
Diante disso, acho que muitos ícones da tradicional e modelar faculdade de Direito, devem ter virado na catacumba diante de notícia de tal assembleia apoiadora da vergonha nacional (e internacional) que ora vivemos.
Mas, para compensar, veio a notícia da Ordem dos Advogados do Brasil, pelo seu Conselho Federal, manifestando de forma firme, o apoio ao impeachment da presidente Dilma, por larga margem de votos de 26 contra apenas 2.
Também já sentíamos falta da presença dessa instituição que foi sempre presente na História do Brasil, com lastro suficiente para nortear rumos aos governantes, em verdadeiro sentido de proteção dos ideais da cidadania. Estava muito ausente e devendo, sim. Mas veio de forma incisiva, providencial e, certamente, promovendo um grande reforço para a votação dos parlamentares que começam a trabalhar o procedimento.
Ave ! ...à chegada da OAB.
Credo-em-cruz para a manifestação do alunado/magistrado da famosíssima Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP-SP), agora mais famosa ainda.........
É como penso. Logicamente, como um mero grão de areia num deserto. Foi como reagi. E acho que muitos também.

Dr Fauze Jose Daher
  CREMESP - 20.810

Mestre em Ciências (Escola Paulista de Medicina -Univ. Fed. São Paulo)
Gastro Cirurgião Videolaparoscopista)
Advogado (Fac. Direito do UNIFEB)
OAB - SP - 359.410

quarta-feira, 2 de março de 2016

Residência Médica: a amplitude da sua importância


               É interessante conhecer a extensão do valor que tem essa atividade médica no seio da sociedade em geral e das comunidades. Classicamente, com as carcterísticas de ser uma atividade ampla e, ao mesmo tempo, discreta no seu funcionamento.
         Começa por um fato grave e preocupante que envolve nosso Brasil, que ultimamente tem constatado, como se apurou há poucos dias, o grau de insuficiência de formação (graduação) dos médicos recém formados. O CRM de São Paulo mediu que menos da metade dos formandos em Medicina tem competência mínima para uma prática aceitável. Assim colocaria toda uma população exposta a um nível de decisão que pode ser grave ou até fatal.
         Isso fica agravado pela irresponsabilidade do govêrno federal dos últimos anos que aumentou de forma absurda o número de escolas médicas sem condições de boa formação, baseado num discurso demagógico de oferecer mais médicos para a população, sem se preocupar com qualidade de formação.
         Aí é que entra a Residência Médica. No Brasil criada à semelhanca do modelo Americano que "inventou" essa importante atividade no final do século 19, idos dos anos 1890, segundo relatos relacionados. Em nosso país, começou a ser praticada na segunda metade do século passado (20) e somente oficializada, como atividade profissional, a partir de 1.977.
         O que é a Residência Médica? Primeiro, uma disposição digna e reponsável do médico em se esmerar ainda mais, após os seis anos de formação, estudando e trabalhando mais 4 ou 6, para efetivamente se tornar um profissional com perspectiva de estar sempre preparado ao atual e aos futuros avanços da Medicina. Alcança com isso uma especialização nos seus diversos ramos.
Voto de sacrífício, mas de investimento técnico e humano, e de renúncia diante da sedutora oportunidade que tem de imediatamente já conseguir bom rendimento financeiro. Ainda mais estando suscitado a isso pelo enorme gasto financeiro na graduação, extremamente cara, pelo que a maioria das escolas médicas cobram para levar o cidadão e o curso a termo.
Outro aspecto é o ganho de qualidade assistencial para os hospitais formadores uma vez que o paciente tem, diuturnamente a seu lado, um profissional desse nível, a respaldar a conduta do médico titular assistente, que não teria (nem tem) tempo de ficar constantemente ao lado do enfermo. Ficando claro que as decisões são sempre compartilhadas por 5 membros de uma equipe que, além do médico responsável, tem a seu dispor mais quatro níveis de experiência que são os R1, R2, R3 e R4, ou seja, as “idades” de residência de cada um na equipe. Certamente é uma segurança para o assistido, para o assistente e para a instituição.
Essa excessiva criação de escolas médicas e a falta de vagas credenciadas para Residência Médica, veio criar um problema atual que é a disputa por uma vaga em RM, fazendo aparecer um novo vestibular após a formatura. Mais um aspecto que valoriza aquele idealista, ao mesmo tempo que seleciona os melhores formandos, garantindo qualidade já na admissão.
Aspecto relevante é o ganho que a instituição passa a ter, traduzindo-se em melhor repasse de custos nos serviços prestados que serão aumentados para o hospital como retribuição para custeio e premiação ao abraçar essa atividade. MEC e Min. da Saúde passam a reputar 50 % de aumento em diversos serviços normalmente prestados. Além disso, coloca a instituição em nível de Hospital Escola, num status que deve ser visto como condição qualificadora antes de tudo.
Com isso Barretos passa a dispor de mais um relevante serviço de apimoramento técnico, somando-se ao que já existe no Hospital de Câncer (F. Pio XII), com histórica e bem sucedida Residência Médica em especialidade específica.
Louva-se o trabalho minucioso e obstinado de uma Comissão de Residência Médica da Santa Casa (COREME), logicamente respaldada pelo longo trabalho iniciado na gestão do Dr. Alexsander Staffi (Sec. da Saúde Munic.) e culminando com o arrematamento das providências lideradas pelo Dr. Eduardo Petrov, não esaquecendo que Prefeitura e Prefeito Guilherme sempre estiveram acompanhando e autorizando os passos necessários para essa conquista.
Grande conquista que já terá, em primeiro de Março próximo, vagas preenchidas para 4 áreas: Clínica Geral, Cirurgia Geral, Pediatria e Ginecologia/Obstetrícia.
É o nome de Barretos inserido num mapa nacional de hospitais com missão de aprimorar profissionais de alto nível, gerando qualidade e segurança técnica a serem espalhadas por esse Brasil afora.
Parabéns a todos.

Dr. Fauze José Daher
Grastrocirurgião / Membro da COREME
Mestre em Ciências pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP)

Advogado