A
Unimed de Barretos compra 90 p.c. dos serviços médicos de outro hospital menor
da cidade e apenas 10 p.c. da Santa Casa. É a situação mais estranha dos últimos
tempos, vez que, pela grandeza e importância da Santa Casa sempre foi o
contrário. É fácil de avaliar cotejando 330 leitos da Santa Casa versus
aproximadamente 40 leitos do hospital concorrente.
Opinião técnica: com toda a
problemática situacional da S. Casa, ainda a segurança que oferece é localmente
incomparável, em questão de doenças não oncológicas. Não se justifica, sob
qualquer razão, esse disparate de 90 p.c. contra 10 p. c. para a Santa Casa.
E a coisa vai adiante: enquanto boa
parte das cidades que têm Santa Casa e Unimed (estas com hospital próprio), suas
diretorias e o quadro associativo dessas cooperativas oferecem ajuda financeira
para as Santas Casas, reconhecendo a importância e a retaguarda que elas
significam.
Aqui em Barretos acontece o
surpreendente: após ensaiar, por meses (ou anos) seguidos, a reforma de um
andar da S. Casa, para inclusive acomodar seus próprios usuários, até com
montante definido de aproximadamente 500 mil reais, resolve agora sua diretoria
negar essa ajuda com argumento que não convence.
É lamentável, essa instituição que é
uma cooperativa de médicos, em torno de 140 profissionais, tendo seus serviços
com correções irrisórias nos últimos 15 anos, admitam seus representantes
negarem esse apoio a uma instituição que sempre foi parceira e garantidora
inclusive do crescimento desse plano de saúde.
Fico à vontade para essa crítica,
porque fui um dos fundadores dessa regional da Unimed de Barretos, tendo dela
me desligado por não concordar com a falta de correção dos valores praticamente
congelados há anos.
Acho que a Santa Casa não merece essa “virada de costas”,
principalmente por ser essa instituição um patrimônio de Barretos. Se o gesto
foi de estranha frieza, será que não seria o caso de cancelar o contrato de
prestação de serviços para a UNIMED ? Tenho certeza que os usuários não
gostariam e nem merecem perder essa retaguarda de assistência.
Quem sabe não seja uma medida adequada, até para fazer
enxergarem (os diretores da UNIMED) o grau de insensibilidade junto ao nosso
hospital de nível regional, sem levarem em conta o interesse de uma massa de
quase 30.000 usuários do plano.
Certamente uma medida forte deverá desencadear um debate ou
polêmica que interessa, sim, ao hospital como tentativa de resolver um problema
claro e evidente. Se vir a acontecer tal debate, explicações cobradas dos
gestores deverão versar sobre má remuneração aos médicos prestadores, dever
moral da UNIMED de retribuir à saúde pública pelo menos uma parte do que
economiza com os tratamentos oncológicos realizados pelo SUS, sobre os
infalíveis reajustes de recebimento do usuário, etc.
Porém, o que mais choca é começar a assistir parceiros da
comunidade, que nada têm a ver com saúde, abraçando a causa, ajudando o
hospital, e ver uma cooperativa de atendimento médico/hospitalar, totalmente
relacionada com a questão, postar-se soberba e inerte frente ao dever de
reajustar preços e apoiar uma instituição do porte da Santa Casa.
Com a palavra o Sr. Marco Aurélio Mariano, que tem
respondido pelas negociações da cooperativa de médicos com a Comissão Gestora
da Santa Casa.
Palavra aberta também aos demais colegas diretores que, há
mais de 10 anos nessa direção, conhecem profundamente o problema. Alguns até
com experiência como delegados regionais do CREMESP, que é nosso órgão de fiscalização
e defesa do bom atendimento à saúde, cientes até demais do sério problema.
Outros, como apoiadores das gestões anteriores que levaram o hospital à
situação próxima do caos.
Dr.
Fauze Daher
Diretor Clínico da S. Casa
Dr: Fauze como cidadão gostaria que por manter a linha que se expressa sobre a nossa Sta Casa, me esclarecesse se quem realmente manda na entidade é o conselho medico ou o administrativo, não aceito resposta vaga como os dois de comum acordo, pois sei que não é assim pela linha que tomou gostaria de saber a verdade
ResponderExcluirATT.
Valter