terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Direção Clínica Santa Casa: um ciclo completado

      A função de Direção Clínica, estabelecida pelo Conselho Federal de Medicina, existe para garantir, a uma instituição de saúde, o seu adequado funcionamento por conta da fiscalização das condições funcionais da entidade e humanas de todos que ali trabalham. Porém, o objeto principal da atuação de todos é vigiar a segurança do atendimento ao paciente usuário.

      Esta semana elegeu-se um novo Diretor e respectivo suplente em nossa quase centenária Santa Casa de Barretos.

     Quem a faz são os médicos do Corpo Clínico, de forma autônoma e soberana, livre de influências que podem ser nocivas ao interesse da comunidade. É um processo democrático, às vezes disputado, visando defender o que é bom para o profissional, para a instituição e para o paciente, sempre acreditador no médico de sua confiança.

       Fica evidente que, se o médico é amplamente respeitado, é porque crendo em suas mãos ou decisões cada ser humano possui pelo menos um, no qual confia ou se entrega na fé e esperança de estar sendo bem cuidado.

        E este é um dos principais papéis do Diretor Clínico: ser fiel ao cumprimento das providências que necessariamente serão oferecidas ao paciente, em seus direitos Individuais, Bioéticos, Constitucionais, garantidores da moderna e evoluída condição de (verdadeira) cidadania.

        Ser fiel à sagrada missão dessa profissão, hoje totalmente exposta a um risco de exercício, que poderá ser prejudicial ao interesse coletivo.

       Mormente, quando estão a verear, por aí, problemas do tipo de interesse particular ou privativo, exploração de gestão pública, de gestão privada, enfrentando figuras que ainda ousam discursar como verdadeiros “iluminados” ou profetizados em nome de Isaías ou protetores de pobres, no lendário estilo do “querido” Robin Hood.

         Como prestação de contas, nesse encerramento, incluo momentos desde a busca de intervenção (em 2013) para não "parar" o hospital, até mandar reabrir as portas de um Serviço de Emergência, passando pelo chamamento do CREMESP para providências que, por fim, impôs um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) visando corrigir falhas que foram apontadas e, 100 por cento, constatadas.

          Muito ainda há a ser melhorado. Padece hoje o paciente SUS, com fechamento de leitos (redução de 300 para 160), com o consequente desconforto de tais pacientes, praticamente, “empilhados” nos corredores do Pronto Socorro.             E mais: impedidos de serem cuidados por seus profissionais de confiança ou com a experiência necessária em qualquer profissão.

          Assume um colega, que foi meu adjunto, certamente imbuído da vontade de levar adiante essa missão, sabedores que somos do seu espírito responsável e decorrente da sua boa formação: Dr. Fransérgio Cavallari.

          Aclamado, pela inexistência de pretendentes à concorrência, ao lado de Dr. Gustavo Orsi, os colegas sabem da importância dessa missão, como também sabem da necessidade de fibra para preservar a classe de eventuais e possíveis atropelos.

           Boa sorte e sucessos é o que todos desejamos: colegas, funcionários e a população de Barretos/região, com o devido apoio que nos foi solicitado e sabedores de que sempre poderão ter.

            Dr. Fauze Jose Daher
ex-Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos
Gastrocirurgião Vídeo/ Endo-Laparoscopista
Mestre em Ciências pela Escola Paulista de Medicina
Universidade Federal de São Paulo