quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Santa Casa e o Pronto Socorro: a direção insiste em impor desrespeito ao LIVRE ACESSO do paciente

                  Explicações trazidas pela Direção da Santa Casa não correspondem à realidade e continuam a desprover o cidadão barretense de buscar atendimento com segurança. Está constatado que nem a rede básica nem a UPA estão devidamente aparelhadas com equipamentos necessários para essa importante função.
                        As normas específicas contidas em Resoluções e Portarias pertinentes, estabelecem que o cidadão pode optar por referência prévia para ir depois ao Pronto Socorro do hospital. Porém, jamais as portas do Pronto Socorro podem estar fechadas ao acesso livre do paciente (LIVRE DEMANDA).
                        Ainda que houvesse em Barretos um sistema qualificado (ou mesmo qualificadíssimo) na rede básica ou UPA, o cidadão SEMPRE terá o direito de optar pelo atendimento direto no serviço de emergência do hospital. Ainda mais que a Santa Casa de Barretos é nesse momento um próprio municipal, apenas estando cedido ao gerenciamento e exploração de terceiro (Privado), que é a Fundação Pio II.
                        Entretanto, a realidade é totalmente outra: carência de recurso instrumental, principalmente na UPA, (que é explorada por terceiros) sem admissão de pessoal com a necessária, importante e indispensável qualificação.
                        Tem sido muito comum se colocar para trabalhar colegas recém egressos da faculdade, sem qualquer preparo de pós-graduação. Sabendo-se que 60 por cento dos recém-formados, segundo avaliação em prova do CREMESP, não têm o mínimo conhecimento médico para o devido e seguro atendimento.
                        Impressiona a falta de responsabilidade de gestores explorarem jovens profissionais que se atiram ao mercado de trabalho, sem saber de sua real condição. Aí vem a irresponsabilidade maior: impor à população (confiante) algo que não seja confiável.
                        Além do que, uma UPA não é, tecnicamente, concebida como um serviço especializado de emergência ou urgência. O único serviço especializado de emergência de Barretos é o Pronto Socorro da Santa Casa. De forma que, obrigar o paciente a ser referenciado pela UPA para ser nela atendido, é uma distorção de conduta que não poderia (e não pode) estar prevalecendo.
                        No caso da Santa Casa é preciso insistir no paradoxo ou na grave contradição: um hospital do povo (Prefeitura) que atende, por uma porta (a da rua 30) as emergências de particulares e de convênios e, na outra porta (da Rua 28), estar “fechada” ao usuário SUS. Questões que impressionam é vir o Coordenador Médico do Setor avisar ao público, que se não houver prévia referência da UPA ou SAMU, as portas estarão “fechadas”. Essa mesma administração teve o despropério (há 1 ano) de colocar seguranças na porta da Emergência para fazer a triagem dos casos que ali chegavam. Após demandas esforçadas da Direção Clínica (pela qual respondia) foi mandado fazer a correção. E, agora, é preciso fiscalizar se não voltou a continuar.
                        Do ponto de vista normativo, isso traduz discriminação clara de pessoas pela condição econômico social, o que é totalmente proibido em termos certos na Portaria 1820/09 do Ministério da Saúde e na Resolução 2077/14 do Conselho Federal de Medicina. Além de estar, elementar e claramente, proibida essa discriminação na Constituição Federal.
                        É inaceitável que paciente seja dispensado da porta do serviço de emergência meramente atendido por um segurança ou simplesmente uma enfermeira, sem passar obrigatoriamente pelo médico do setor.
                        A orientação que ora proponho, com base em noções médicas de risco de vida e de direitos indisponíveis, é de exigir - o cidadão - quando sentir-se inseguro, o atendimento no Pronto Socorro, independentemente de referência qualquer.               
                        Outra séria questão é que, atendido na Santa Casa, se a situação não está ideal, certamente será mais segura que na atual UPA.
                        Vale registrar que a Defensoria Pública já está mobilizada, assim como está notificado o CREMESP através de sua Delegacia Regional. Espera-se que Ministério Público, Secretaria Municipal da Saúde, Conselho Municipal de Saúde e Câmara Municipal ajam com presteza. O tempo urge, cada minuto pode representar um risco e o cidadão tem que ser protegido.
                        Lembrete final: a Santa Casa é o único hospital público da cidade não sendo justo estar a serviço de interesses privados acima do interesse assistencial, mormente, em situação crítica ou emergencial
                        
Dr. Fauze José Daher

Gastro-cirurgião Vídeo Laparoscópista
ex Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos
Advogado

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Santa Casa: Pronto Socorro volta a vedar "acesso livre" ao povo mesmo sendo a Prefeitura detentora do seu domínio.


           O ex-Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos, Dr. Fauze José Daher vem manifestar“ preocupação com decisão da administração do Hospital de fechar as portas do Pronto Socorro (Emergência) à população de Barretos”.
            Obrigar o cidadão a ir primeiro à UPA para ser atendido no pronto socorro do hospital fere direitos consagrados pelo cidadão e claramente estabelecidos em Portaria/Resolução do Ministério da Saúde e pela Resolução 2077 do Conselho Federal de Medicina. Ambos claramente estabelecem que qualquer cidadão tem o Direito de ser acolhido no pronto socorro dos hospitais gerais, principalmente naqueles que têm natureza pública.
           Essa tentativa foi já absurdamente imposta tempos atrás, quando consegui sensibilizar as autoridades a determinarem que a administração da Santa Casa obedecesse essas normas, seguindo a uma lógica evidente e mais benéfica a qualquer cidadão.

São agravantes da situação as seguintes questões:

    Natureza Pública da Santa Casa: no momento, embora concedida, numa estranha concessão de intervenção pelo prazo de 30 anos (!!!), quem a está usando são os donos da Fundação Pio XII, que não poderiam deixar  de reconhecer que a Prefeitura de Barretos, interventora, é a formal detentora do seu domínio, embora lhes conceda a função de fazê-la funcionar.

     Único hospital público da cidade: (ainda que não fosse) é o único hospital de acesso à grande população e por isso há a obrigação formal, ética e administrativa de acolher o cidadão em situação de emergência, sem qualquer exigência de previa avaliação fora do hospital; fácil de entender que ninguém está obrigado a saber, por si só, se sua dor tem risco importante ou mereça um atendimento rápido, seguro e resolutivo;

     Seu uso como fonte de ensino médico: é plenamente aceitável que se use ou aproveite dessa secular  instituição como uma escola, mas não se pode jamais aceitar a fria, insensata, injusta “ordem” de usar uma casa pública para atender interesse particular e, ao mesmo tempo, penalizar a população com uma “regra” que lese o seu direito indispensável e indisponível de ser acudido, socorrido ou acolhido da forma mais adequada e necessária possível; há ainda uma questão relevante (e séria) da qualidade técnica ora oferecida aos usuários;

      Paradoxo absurdo: estamos a assistir uma medida, que é ilegal enquanto fere normas do próprio Ministério da Saúde (Portaria 1820/2009 e Conselho Federal de Medicina (Resolução 2.077/14, fazendo com que o povo, que é dono do nosocômio (Prefeitura de Barretos), ao mesmo tempo, usando o hospital para proveito privativo (ensino médico) e impondo ao mesmo povo uma condição dificultada de seu uso, principalmente, nas SITUAÇões AFLITIVAS DE DOR OU RISCO DE VIDA;

      UPA em questão:  está sendo usada como ponto primeiro a ser buscado antes de ir para a Santa Casa. Nessa questão, ainda que fosse um órgão preparado, equipado e funcionando com médicos preparados, experientes, há a constatação inequívoca de que estão se aproveitando de explorar profissionais sem o devido preparo, com intenção de economizar dinheiro, pouco se preocupando com a capacidade de bem atender e resolver os casos atendidos. Isso é uma questão grave e que tem que ser atacada pelos órgãos gestores (médicos e públicos), defendendo a população nem sempre (ou quase nunca) esclarecida; em outras palavras, jovens médicos não podem ser usados, sem a exigência da devida qualificação para o atendimento; 

    Justificativas vazias: é lamentável que colegas médicos, diretores da Santa Casa, venham a público tentar justificar uma medida proposta (e sendo imposta), claramente usados por gestores sem a devida visão de uma atividade elementar da medicina, que é socorrer a população em situação de emergência. QUALQUER QUE SEJA O RISCO, a qual não tem o condão de saber; ficará ridículo se pretender justificar como falta de recursos financeiros, sabendo-se que são, na verdade, volumosos os aportes que, se não são oficiais, provêm do bolso dos cidadãos ou através de grandes e generosas doações; muitas até desconhecidas pelo anonimato e de uso comum;

     Autoridades “convidadas” a agir:  além do alerta que significa essa manifestação, fica expressa a necessidade de urgente atuação dos órgãos fiscalizadores (CREMESP e MINISTÉRIO PÚBLICO) no sentido de impedirem que direitos fundamentais sejam lesados pelo abuso de tentar economizar recursos públicos (que são muitos) em desfavor do cidadão menos favorecido (ou hipossuficiente) , como é essa evidente situação. Assim como estão conclamadas a Defensoria Pública de Barretos, Associação Paulista de Medicina e OAB-Barretos a intervirem em algo que é de extrema importância;

                        Finalmente, queremos deixar claro que, todo e qualquer médico, pelo seu Código de Ética, está obrigado a fiscalizar a boa aplicação da Medicina, agindo até como verdadeiros fiscais e denunciando quando necessário. Sendo até considerados coniventes quando se postarem na concordância passiva ou no silêncio. Além da condição jurídica de garantes, quando munidos da função de Direção Técnica das instituições, como é o caso.
Assim manifesto-me também como um cidadão barretense.

Dr. Fauze Jose Daher

Mestre em Ciências pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo)
Gastrocirurgião da Santa Casa de Barretos
ex Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos
ex Presidente da APM de Barretos
Advogado

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Dr. Irineu e Dra. Cássia: as justas homenagens no Dia dos Médicos

        O tempo, em sua implacável e inevitável trajetória, tem o efeito de registrar a história do mundo e da humanidade. E cada comunidade tem marcada a sua história peculiar. Em nossa Barretos, ao comemorar o Dia do Médico, foram prestadas homenagens a dois colegas (um casal): Dr Irineu e Dra Cássia.
            Além da justeza e propriedade das homenagens, vem a satisfação da classe médica em dar o reconhecimento merecido, principalmente quando emanado de seus próprios colegas.
            Tendo testemunhado toda a carreira destes brilhantes colegas, tivemos o prazer de assistir algo que no passado caracterizou a recepção de novos profissionais ao seu meio de trabalho: era a preocupação de ter ao nosso lado pessoas competentes e com senso humanitário essenciais à profissão da Medicina. 
Fosse qual fosse a especialidade e coerente com a tradição dos médicos pioneiros da cidade. Foram tantos e equânimes que seria imprudente nominá-los nessa altura, sob risco de injustiça.
            Pessoas preparadas, responsáveis, competentes e com um traço exemplar de humildade e respeito sempre exercidos perante a todos: pacientes, clientes e colegas. Aos poucos ocuparam seus espaços, com destaques reconhecidos e admiração que podemos dizer de todos os colegas.
            Estão aí: no auge das respectivas carreiras, sem que qualquer tipo de concorrência profissional pudesse empanar a satisfação e orgulho de todos aqueles que com eles conviveram e convivem.
            Com o detalhe importante de despreocupar, aos especialistas mais antigos, quanto à qualidade da Medicina que haveriam de dar continuidade em futuros próximos. Constituem exemplos de “safras” novas que foram bem recebidos pelos então “cabeças brancas” cumprindo o exercício de um encadeamento fundamental que acontece em todas as profissões. Exercer com preparo e consciência e aproveitar a experiência acumulada dos que estão, bem postados, aos seus lados.
            Hoje somam-se a exemplos de colegas que precisam ser “copiados” pelas novas gerações, em tempos dificílimos de se cultivar médicos com qualidade tradicional. Está evidente o “choque” do momento que coloca frente a frente altíssima tecnologia com prejuízo de qualidades humanas. Que nunca poderiam perder a essência traçada por Hipócrates, nos distantes 406 anos da Era pré-Cristã. E que não deixa de ser uma preocupação atual (se não, atualíssima).
            Se são discretas e robustas as suas de doações pessoais à comunidade, praticadas com espírito altaneiro, os influxos positivos naturalmente se fazem perceber.
Que continuem a prodigalizar os seus conhecidos benefícios profissionais e comunitários dando ao filho Dr. Renan, a possibilidade de aproveitar (muito de perto) a oportunidade de cumprir também (e tão bem) a sua história.
Parabéns colegas Dr. Irineu Pereira Teixeira e Dra. Aparecida Izabel Cássia Zanon Teixeira. A medicina precisa cada vez mais de seus exemplos.
Que Deus os Conserve sempre assim.

Dr. Fauze José Daher

Gastro-Cirurgião
ex Diretor Clínico da Santa Casa
ex Presidente da A.P.M – Regional de Barretos

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Dr. José Lintz: a Medicina perde um grande Médico

          Em época complicada por conflitos de futuros carreiristas médicos, anoitecemos 3ª. feira última com a súbita e triste notícia do falecimento do querido Dr. José Alves Lintz.
 Levado de maneira abrupta, ao estar prevenindo-se pela prática do exercício aconselhável, ao lado da Dra. Glória e socorrido por colegas, não conseguiu vencer a vontade de Deus.
            Querido por todos que o conheceram, pacientes, clientes, colegas médicos e paramédicos, o José (como lhe tratava), nos deixou de forma chocante, gerando um inconformismo perante seus colegas, mormente, os mais antigos.
            Profissional competente, grande especialista, de postura ética exemplar, e um grande companheiro em defesa de nossa querida Santa Casa. Defensor por décadas e incansável nos últimos tempos. 
            Sempre presente nas trincheiras da defesa profissional, o Mestre e Doutor em Ciências jamais se acomodou diante de graves momentos de desrespeito e desconsideração à sua Classe Médica, principalmente, da faixa de geração mais antiga, que sempre soube honrar pela sua atuação.
            Por diversas vezes Diretor Clínico e Técnico da Santa Casa, Presidente de Comissão de Ética Médica (por várias outras) e membro de diversas Diretorias da Associação Paulista de Medicina de Barretos, sempre conseguiu usar de sua discrição de postura e da maneira sensata de atuar, apoiando com firmeza nossas lutas recentes.
            E o que é importante: destemido de que sua função contratada no hospital viesse deixá-lo vulnerável ao se expor em defesa dos colegas em geral. Presente nas grandes assembleias e um esteio nas comissões reduzidas para organizar uma luta de preservação de (nossa?) Santa Casa.
            Assim era o Zé Lintz, querido por todos nós. Maçom exemplar, chefe de família adorado pela sua Dra. Glória e amadas filhas. Assim foi, de maneira precoce e certamente abrindo uma lacuna no meio profissional e de atuação benemérita à sua cidade.
            Vamos sentir muitas saudades, exatamente num mundo atual carente de médicos com suas virtudes. Fica um exemplo para as novas gerações de como se portar na sagrada missão iniciada por Hipócrates. Se hoje muito se engana por formatos e paradigmas não convincentes de atuação na Medicina, deixou desenhada uma história valiosa de como ser um bom médico.
            Por isso sempre o admiramos, Doutor. Por isso sentiremos muito sua falta. Por isso, entretanto, fica o consolo de ter consigo convivido em muitos momentos de alegrias.
            Que Deus o Tenha e Guarde. Aqui nos resta ficar em orações e com as boas memórias.

Fauze José Daher

Mestre em Ciências – Gastrocirurgião
Ex Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos
Ex Presidente da Asscoc. Paulista de Medicina – Regional de Barretos
Advogado

domingo, 16 de junho de 2019

​​O adeus ao tio Zézinho Mauad.

         Um dia triste pela partida de alguém que nos restava, cumprindo uma autêntica caminhada que começou no Líbano. Nosso querido Tio Zézinho, para muitos o Zé Mauad ou Zé Nicolau de guaracienses que foram, por ele,governados e cultivadores de uma bela amizade.
Na bela Isgharta, no Monte dos Cedros dNorte do Líbano, que viu casarem-se Farid Mauad e Rosa Ghalebcomo os viu partirem para o Novo Mundo em busca de arrojada aventura típica de pessoas idealistas para construir uma bela família
O terceiro filho de uma plêiade de 6, Tio Zézinho, brasileiro de genuíno sangue libanês, cumpriu seu papel de bisavô, avô, pai e queridíssimo tio, sempre presente em nossas vidas. Em outros tempos, pela sua arrojada coragem de estar viajando, mesmo octagenário, presente em nossos momentos todos: alegres ou difíceis.
Grande conselheiro. Nos momentos mais recentes, sempre usando das ferramentas de mídia modernas, dando a todos nós, o tom apurado de suas opiniões e incentivos.
Autodidata eficientíssimo, conseguia aprofundar seusconhecimentos todos, fossem de base científica, tecnológica, política, musical e cultural de toda natureza. Com o feeling de buscar a raiz de toda questão que atraia sua atençãomunido de uma inteligência especial.
Por muitos anos exercendo importante liderança no meio da citricultura, fazendo parte do corpo diretivo da ASSOCiTRUS, em tempos de valorização da laranja como fonte de renda em nível nacional.
No eixo familiar, era ainda o nosso último “porto seguro” nas decisões difíceis. Foram antes Tio Jamil Mauad, Tio Edmundo, Tio Nadim (o querido “Mimo”), minha amada mãe Izabel (Zabad), depois da Suhaila de curta existência.
Politico, prefeito de Guaraci de postura que combinava competência, eficiência e honestidade. Deu sequência a outra administração, com as mesmas virtudes, estilos diferentes, mesmos avanços conseguidos pelo também querido Tio Edmundo.
Nos vem a tristeza súbita, de uformato de passamento que Deus reserva aos bons, mas que traumatiza aos parentes e amigos que o bem lhe queriam. 
Nos conforta pela missão cumprida do Vovô Farid, que imigrou abraçando o nosso Brasil, com filhos que construíram famílias moldadas nos seus exemplos patriarcais. Tio Zezinho cumpriu sua missão carregando o último bastão...
Se houve Jamil Mauad, um dos fundadores dos Independentes, Nadim e Izabel atuantes e prestantes na vida comunitária, teve também dois prefeitos da querida Guaraci.
Que se ali não nasci, como meus primeiros 3 irmãos, pude ter a honra de ajudar a conquistar o título de Campeão Paulista de Futebol Amador do Estado de São Paulo, em idos de 1.969. Mas, lá estando o ZézinhoMauad dando importante retaguarda para a histórica conquista do então “Tremendão do Vale”, ao lado dos demais tios.
Que vá em paz, querido Tio. Certo de que seus descendentes saberão honrar a sua história, retribuindo aos ensinamentos que pode passar.
Foi o último dos guardiões dclã Farid Nicolau Mauad. Seguramente será recebido na Graça de Deus, com alegria dos que já se foram.
Alah ma’ak, como sempre se despedia, traduzido do árabe, “Deus te acompanhe”. Ficaremos sempre com a sua imagem amiga, carinhosa e preocupada em sempre nos balizar.
O sentimento de todos nós.
Um beijo, daqui da Turquia, muito perto de nossa querida libanesa Isharta, ao Oscar, à Mariléia, à Mila, extensivos aos cônjuges, netos e bisnetos.

Fauze Jose Daher  

segunda-feira, 20 de maio de 2019

E partiu o amigo Haroldo.....

Big Harold, Harold Boy, Haroldinho, Nambú, Nambas, não importava o nome. Valia aquele que fosse mais carinhoso para cada um de seus amigos que lhe queriam agradar já na invocação.
Quis o Supremo Arquiteto do Universo que sua partida fosse a menos sofrível para cada Ser Humano. Se foi uma Graça, de um lado, de outro foi num formato que doeu (e dói) em todos os seus amigos e familiares.
Figura rara num mundo hoje conturbado, suas virtudes como a paciência, a tolerância e o companheirismo contemplaram a todos que tiveram o prazer e a honra de o conhecer. Da forma como sabia muito bem: o certo frente ao errado, o prazeroso diante do inconveniente, o alegrador oposto ao entristecedor, ali estava Harold sempre educado, fazendo de sua finesse uma característica reconhecida por todos.
Entristecido, sinto o dever de dizer que perdi um grande e honrado amigo. Mas amigo de verdade. Amigo verdadeiro, que segue o conceito definido pelo dictumde que tais exemplos são tão rígidos de serem classificados, que não são muitos, no máximo chegando ao tanto dos dedos de u’a mão.
Big Harold “era dedo da conta” das mãos de muita gente....ganhando com isso um privilégio difícil de ser conseguido.
Lá se foi um centroavante que, jovem, foi um “matador” de gols marcados que tive o prazer de “servir”...Lá se foi grande companheiro dos encontros sociais, de mesa comum quando nossas crianças, ainda por virem ou crescerem, só separadas pelos netos, quando não podiam serem as mesas juntadas.
Parceiro na escola, parceiro no futebol, nas alegrias e tristezas do tricolor do Morumbi, nos momentos de tranca, caixeta e “hadash”, dos velhos carnavais, na luta pela vida, tendo a felicidade (que não é pouca) de ter construído uma linda família: de Anas, de Marias, com quem sempre dividimos as alegrias, as tristezas e as dores da hora.
Do netinho João Philipe que, se ainda não tem capacidade cognitiva de avaliar o volume da perda, um dia saberá ter orgulho pelo Vovô tão querido.
 E esse era Haroldo Junqueira Franco de todos e tantos amigos.
Sem dúvida, sinto que eles me afiançarão, na mensagem que consigo nesse difícil momento.
Missão cumprida, Harold Boy. 
Que Deus o tenha em Sua Eterna Misericórdia. 
Ao lado de todos os entes queridos que, seguramente, encontrará ao seu lado. 
Se ora o perdemos, atenua nossa dor, estarmos certos da alegria com que o estarão recebendo.
Aquele abraço apertado.


Dr. Fauze José Daher
(Um dos muitos amigos)


terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Direção Clínica Santa Casa: um ciclo completado

      A função de Direção Clínica, estabelecida pelo Conselho Federal de Medicina, existe para garantir, a uma instituição de saúde, o seu adequado funcionamento por conta da fiscalização das condições funcionais da entidade e humanas de todos que ali trabalham. Porém, o objeto principal da atuação de todos é vigiar a segurança do atendimento ao paciente usuário.

      Esta semana elegeu-se um novo Diretor e respectivo suplente em nossa quase centenária Santa Casa de Barretos.

     Quem a faz são os médicos do Corpo Clínico, de forma autônoma e soberana, livre de influências que podem ser nocivas ao interesse da comunidade. É um processo democrático, às vezes disputado, visando defender o que é bom para o profissional, para a instituição e para o paciente, sempre acreditador no médico de sua confiança.

       Fica evidente que, se o médico é amplamente respeitado, é porque crendo em suas mãos ou decisões cada ser humano possui pelo menos um, no qual confia ou se entrega na fé e esperança de estar sendo bem cuidado.

        E este é um dos principais papéis do Diretor Clínico: ser fiel ao cumprimento das providências que necessariamente serão oferecidas ao paciente, em seus direitos Individuais, Bioéticos, Constitucionais, garantidores da moderna e evoluída condição de (verdadeira) cidadania.

        Ser fiel à sagrada missão dessa profissão, hoje totalmente exposta a um risco de exercício, que poderá ser prejudicial ao interesse coletivo.

       Mormente, quando estão a verear, por aí, problemas do tipo de interesse particular ou privativo, exploração de gestão pública, de gestão privada, enfrentando figuras que ainda ousam discursar como verdadeiros “iluminados” ou profetizados em nome de Isaías ou protetores de pobres, no lendário estilo do “querido” Robin Hood.

         Como prestação de contas, nesse encerramento, incluo momentos desde a busca de intervenção (em 2013) para não "parar" o hospital, até mandar reabrir as portas de um Serviço de Emergência, passando pelo chamamento do CREMESP para providências que, por fim, impôs um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) visando corrigir falhas que foram apontadas e, 100 por cento, constatadas.

          Muito ainda há a ser melhorado. Padece hoje o paciente SUS, com fechamento de leitos (redução de 300 para 160), com o consequente desconforto de tais pacientes, praticamente, “empilhados” nos corredores do Pronto Socorro.             E mais: impedidos de serem cuidados por seus profissionais de confiança ou com a experiência necessária em qualquer profissão.

          Assume um colega, que foi meu adjunto, certamente imbuído da vontade de levar adiante essa missão, sabedores que somos do seu espírito responsável e decorrente da sua boa formação: Dr. Fransérgio Cavallari.

          Aclamado, pela inexistência de pretendentes à concorrência, ao lado de Dr. Gustavo Orsi, os colegas sabem da importância dessa missão, como também sabem da necessidade de fibra para preservar a classe de eventuais e possíveis atropelos.

           Boa sorte e sucessos é o que todos desejamos: colegas, funcionários e a população de Barretos/região, com o devido apoio que nos foi solicitado e sabedores de que sempre poderão ter.

            Dr. Fauze Jose Daher
ex-Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos
Gastrocirurgião Vídeo/ Endo-Laparoscopista
Mestre em Ciências pela Escola Paulista de Medicina
Universidade Federal de São Paulo

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Governador Dória: visita muito bem-vinda e auspiciosa para Barretos

        A visita do Governador Dória, já na primeira semana de seu governo, repercutiu de forma auspiciosa para todos os que vivem nessa querida “chãopretana” terra. Foi, de fato, uma deferência muito especial. E fazendo jus a razões, que fazem parte de nossa história política, cultural e social.
            Gesto de grandeza dessa figura que é esperança não só para os paulistas como para todos os brasileiros. Ouvir a fala de Dória é receber um influxo de positividade realmente contagiante.
            Ouvindo e vendo-o ali no aeroporto, promovendo um estilo objetivo, prático e moderno de executar uma visita política (e de trabalho), pude sentir de perto o impacto de seu arrojo e disposição.
            Afora essa diferença de dinâmica, pude realmente sentir uma vibração nas tratativas dos patrimônios, há tempos conquistados, mas estagnados por uma inércia que deve ser creditada à própria lentidão de nosso “ritmo” político de Barretos. 
             Estou dizendo, do Aeroporto Chafei Amsei e do nosso Parque Tecnológico (Agrotech Park), “parados” há 6 anos. Verdadeiros benefícios para Barretos, e que não se conseguiu alavancar e avançar “dez passos”. Devemos ser gratos ao sempre prezado Geraldo Alckmin, que fez a concessão e deu o primeiro empurrão. Como devemos, sim, valorizar esse gesto empreendedor que Dória vem trazer com vigor em nossa cidade e, com certeza, fará em todo o Estado.
             Fala realmente convincente, fazendo com que o conhecido Lourival Lemes, o Radinho, presente ao lado, na plateia, sussurrasse ao meu ouvido: “Realmente o homem é um monstro; estou impressionado” dando como certo que passará a admirá-lo ainda mais. Exemplo simples, mas emblemático daquilo que todos os presentes certamente sentiram (e sentirão).
              De minha vivência ao longo dos calejados anos de atividade pública, posso atestar que não se trata de mera ilusão. Seguramente, senti que Dória respeita a cidade e região por seus valores tradicionais e poderá nos trazer agora, aquilo que Barretos sempre mereceu, pelo seu histórico, no plano nacional.
             De centro pecuário pioneiro, de centro abatedor exportador há mais de 80 anos, celeiro de grãos no passado, de citricultura (que veio, rendeu e se foi), de centro de seringais, de atuais canaviais e usinas produtoras da álcool, açúcar e suco cítrico. De um evento turístico de destaque nacional e internacional, matriz de todas as Festas de Peão do Brasil inteiro.
            De fato, fiz-me sentir que valeu a pena “dar a cara” no primeiro turno, e na reta final do segundo, para neutralizar posicionamentos equivocados. Alguns, nesse solene momento, ainda tentando rodear em busca de vantagens pessoais ou grupais.
            Valeu Governador. 
Ficamos lhe devendo um primeiro lugar que sempre demos ao PSDB. Mas certamente haverá outras oportunidades, que farão jus à pessoa qualificada e empreendedora que lhe caracteriza.
          Vale também aqui relacionar nossa agenda de pedidos que são antigos: começando pela estadualização de nossa Santa Casa a nível de Hospital das Clínicas, de nossas duplicações de rodovias escoadoras de riquezas, de encampações de nossos centros universitários. De suporte a uma festa turística nacional e sempre “tocada” pela iniciativa privada. Exemplo inusitado nesse País, ao longo de quase 70 anos.
          Se já contamos com o embalo da privatização do aeroporto, acreditamos nesses novos tempos, motivados por essa figura que já é esperança também para o nosso Brasil.
          Muito obrigado, Governador. 
          É a expressão que todo barretense, do mais ilustre ao mais humilde, gostaria de pessoalmente lhe emprestar, mas que faço, com gosto, nesse momento.

Dr. Fauze José Daher

Gastro Cirurgião VídeoLaparoscopista
Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos
Mestre em Ciências pela (UNIFESP -Escola Paulista de Medicina)
Ex-Presidente do Dir. Mun. do PSDB
Advogado