Com
isso buscava desvalorizar um profissional reconhecidamente gabaritado, de custo
caro para as migalhas que o ente Estatal sempre pretendeu contratar, mas sempre
respeitado pela sociedade brasileira e a comunidade em que trabalha.
Tanto
isso é histórico, que a Medicina costuma ser o trampolim mais comum e mais
econômico para galgar uma posição política elegível, mercê do prestígio que o
médico adquire simplesmente pela sua atuação profissional. Haja visto a quantidade
de militantes políticos eleitos em todas as carreiras: desde vereador a
senador.
Mas,
o tal ex presidente (e sua “orquestra” petista) tratou, sim, de avacalhar com a
nossa sagrada profissão. Fez o Brasil passar de 30 a 40 faculdades de medicina na década de 70, para 120 até um ano atrás. E só no último ano para mais de 350, nos
dias de hoje.
A pergunta elementar: onde
encontrar mestres e professores para educar técnica, ética e competentemente
essa avalanche de egressos que a sociedade brasileira passaria (e passa) a
observar ?
Dizia
o saudoso colega Dr. Helio Garcia da Costa, em dado momento: “o que vemos hoje
são verdadeiras “fornadas” de colegas, ao invés, de formandos em Medicina.
E a
realidade aí está: se médico já não era o “sal de cozinha” que Lula figurara,
passaria a sê-lo anos depois. Pessoalmente, acho que ainda caminha para isso.
Assusta a recente liberação de mais 37 novas faculdades de medicina, a serem
instaladas em locais sem a menor condição de oferecer a necessária e cara
formação.
Fica
um perfil altamente preocupante: maioria maciça de escolas particulares,
caríssimas, ocupadas por jovens de famílias ricas, com criação logicamente muito
confortável. Portanto, muitos sem preparo para enfrentar os sacríficos exigidos
em toda a formação e subsequente vida profissional. O que era um curso de 6
anos mais 2, passa a serem hoje necessários 6 +4 ou até +6, para se garantir
qualidade de formação técnica gabaritada.
Ainda
mais: o alto custo de formação vai, no decurso, mentalizando, o futuro
profissional, com a intenção, desejo ou ambição de buscar de volta (o chamado pay back), tudo o que investiu, mais
ainda o que pode ser rentável pela (ainda) interessante profissão.
Questão
sociológica importante: essas novas gerações possuem o perfil ou a cabeça dos
“antigos”, que eram mais vocacionados para o senso de doação Hipocrática,
formados “de graça” pela escolas (que eram, em maioria, públicas), com preparo
esmerado por verdadeiros Mestres e Professores da exigida ciência médica ? Uma
resposta para ser, no mínimo, meditada antes de ser respondida.
Mas
vamos ao que é bom.
Vivemos hoje mais um dia em que somos comemorados,
festejados e recebendo influxos das orações de pessoas que se sentem
gratificadas. Muitas sem mesmo conseguir conosco comunicarem-se.
Muitas mensagens nas redes sociais, que ora
felizes agradecemos. Muitos influxos positivos que são generosamente dedicados
aos médicos, mormente, os da preferência de cada um. Louvados sejam.
Mesmo
que a profecia/manobra/profecia do Sr. Inácio tendam a se concretizar, o ex
presidente deve estar louvando em orações os seus preferidos do Sírio Libanês,
que certamente são “branquinhos”, mas não são “baratos” e facilmente
encontráveis como “um sal de cozinha”.
E
viva a vida !
Dr. Fauze Jose Daher
Médico/Cirurgião e
Advogado