terça-feira, 18 de outubro de 2016

Dia do Médico: alegria hoje e uma triste perspectiva

              Há 1 década, ou mais, um hoje desacreditado ex presidente, numa de suas atrevidas afirmações, dizia que o médico já era, ou seria em pouco tempo, comparado ao sal de cozinha: “branco, barato e encontrável em qualquer esquina”.

        Com isso buscava desvalorizar um profissional reconhecidamente gabaritado, de custo caro para as migalhas que o ente Estatal sempre pretendeu contratar, mas sempre respeitado pela sociedade brasileira e a comunidade em que trabalha.
            Tanto isso é histórico, que a Medicina costuma ser o trampolim mais comum e mais econômico para galgar uma posição política elegível, mercê do prestígio que o médico adquire simplesmente pela sua atuação profissional. Haja visto a quantidade de militantes políticos eleitos em todas as carreiras: desde vereador a senador.
            Mas, o tal ex presidente (e sua “orquestra” petista) tratou, sim, de avacalhar com a nossa sagrada profissão. Fez o Brasil passar de 30 a 40 faculdades de medicina na década de 70, para 120 até um ano atrás. E só no último ano para mais de 350, nos dias de hoje.
  A pergunta elementar: onde encontrar mestres e professores para educar técnica, ética e competentemente essa avalanche de egressos que a sociedade brasileira passaria (e passa) a observar ?
            Dizia o saudoso colega Dr. Helio Garcia da Costa, em dado momento: “o que vemos hoje são verdadeiras “fornadas” de colegas, ao invés, de formandos em Medicina.
        E a realidade aí está: se médico já não era o “sal de cozinha” que Lula figurara, passaria a sê-lo anos depois. Pessoalmente, acho que ainda caminha para isso. Assusta a recente liberação de mais 37 novas faculdades de medicina, a serem instaladas em locais sem a menor condição de oferecer a necessária e cara formação.
      Fica um perfil altamente preocupante: maioria maciça de escolas particulares, caríssimas, ocupadas por jovens de famílias ricas, com criação logicamente muito confortável. Portanto, muitos sem preparo para enfrentar os sacríficos exigidos em toda a formação e subsequente vida profissional. O que era um curso de 6 anos mais 2, passa a serem hoje necessários 6 +4 ou até +6, para se garantir qualidade de formação técnica gabaritada.
      Ainda mais: o alto custo de formação vai, no decurso, mentalizando, o futuro profissional, com a intenção, desejo ou ambição de buscar de volta (o chamado pay back), tudo o que investiu, mais ainda o que pode ser rentável pela (ainda) interessante profissão.
          Questão sociológica importante: essas novas gerações possuem o perfil ou a cabeça dos “antigos”, que eram mais vocacionados para o senso de doação Hipocrática, formados “de graça” pela escolas (que eram, em maioria, públicas), com preparo esmerado por verdadeiros Mestres e Professores da exigida ciência médica ? Uma resposta para ser, no mínimo, meditada antes de ser respondida.
            Mas vamos ao que é bom. 
         Vivemos hoje mais um dia em que somos comemorados, festejados e recebendo influxos das orações de pessoas que se sentem gratificadas. Muitas sem mesmo conseguir conosco comunicarem-se.  
          Muitas mensagens nas redes sociais, que ora felizes agradecemos. Muitos influxos positivos que são generosamente dedicados aos médicos, mormente, os da preferência de cada um. Louvados sejam.
            Mesmo que a profecia/manobra/profecia do Sr. Inácio tendam a se concretizar, o ex presidente deve estar louvando em orações os seus preferidos do Sírio Libanês, que certamente são “branquinhos”, mas não são “baratos” e facilmente encontráveis como “um sal de cozinha”.

                                     E viva a vida !

Dr. Fauze Jose Daher

Médico/Cirurgião e Advogado
            

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O povo e a redução de cadeiras no parlamento na reforma ora proposta

            Das mudanças mais importantes que o País precisa nessa nova era em que vivemos é, sem dúvida, a reforma política. E no âmago dessa, está a urgente, necessária e providencial redução do número de cadeiras no Congresso Nacional: menos Deputados e menos Senadores.
            Corre na internet um canal opinativo sobre essas reduções: 385 Deputados e 54 Senadores (2 apenas por estado ao invés de 3). Já cansou a população brasileira o desgaste causado por figuras mal escolhidas, discursos cansativos, mentirosos e falaciosos nada produtivos ao real interesse da nação.
            Temos chamado a atenção para o participação cada vez maior do povo, em geral, nos assuntos políticos nacionais e locais. É comum hoje, cidadão trocar uma partida de futebol por um bom debate politico ou sessão deliberativa interessante, nas altas câmaras e cortes do país.
            Está aí a oportunidade de cada um de nós opinar sobre as reformas, dando guarida aos parlamentares no sentido de tomarem decisões com apoio popular. É fácil de votar. O endereço está aí abaixo: 
http://www12.senado.gov.br/ecidadania/visualizacaotexto?id=172029
           
            É a oportunidade de forçar escolha de gente melhor para representar os anseios da população. Realmente está difícil suportar posturas hoje tão escancaradamente repudiadas, como a corrupção trazida por agremiações partidárias, e ainda continuar assistindo discursos de balelas como se nada tivesse a ver com as próprias responsabilidades.
            É claro que a melhoria demorará décadas para advir. Arrumar cabeça de gente demanda gerações. Mas é preciso começar e restringir os espaços para serem melhor disputados.
           Impressiona o fato de deputados e senadores assistirem os desastres políticos e administrativos e ainda tentarem obstruir e oporem-se a votações de medidas voltadas para a correção dos próprios desastres.
            Isso tem que mudar. A participação do povo, utilizando a internet de forma oportuna, passa a ser ferramenta extremamente importante de reforço nas decisões mais graves. Pensemos na economia e melhor aproveitamento do recurso financeiro que advirá dessa mudança.
            Sempre ouvimos a ideologia esquerdista pregar governos participativos, convidando o povo a ir em ambientes públicos para as famosas audiências públicas. Nunca foram devidamente prestigiadas, significando que nosso povo é da índole de receber as ações governamentais, já mastigadas, de cima para baixo.
            Entretanto, a passividade tem limites. E modernamente passa a ser possível atender, sim, às consultas que emanam das áreas de governo e darmos os nossos pitacos que ganham importância decisiva.
          Vamos participar. Serão muitos momentos de consultas. E as reformas precisam acontecer visando o Brasil que tanto queremos.
              É o que penso.

Dr. Fauze José Daher
Médico e Advogado