quinta-feira, 28 de julho de 2016

Do comunismo russo ao comunismo “tupiniquim” brasileiro

        O mundo contemporâneo assistiu o aparecimento, a ascensão e a decadência do comunismo no decorrer do século passado. Partindo da revolução bolchevista, que ascendeu a URSS ao ápice de nação co-líder do planeta, chegando aos momentos atuais, com vigorosa introdução do formato capitalista em seu modelo político atual. Meramente, um país emergente, no panorama econômico.
           Quem visita hoje o Leste Europeu, percebe duas coisas: a perda de décadas de progresso e evolução dos povos da cortina de ferro, no período comunista, comparado com os avanços do ocidente capitalista ou neoliberal.
Em segundo plano, a vontade aguçada de buscar novos tempos, sem saudades daquele período, que se percebe num convívio, mesmo que pouco, com os cidadãos que lá vivem nos dias de hoje.
Reconhece-se, ao visitar São Petersburgo, historicamente, o berço da monarquia russa, que foi inevitável, sim, a revolução do proletariado pelas injustiças sociais reinantes à época. Um passeio de metrô, em Berlim, indo do extremo ocidental ao oriental, daquela linha, faz aquilatar o contraste chocante dos enormes progressos de um lado, com o enorme atraso secular no outro extremo.
Reconhece-se, sim, o papel de Lenin, até hoje profundamente respeitado pelas novas gerações russas. Como também é clara a rejeição de seu sucessor Stalin, cuja memória não faz bem a qualquer cidadão de respeito.
Como é bom ver de perto a ansiedade dos povos russo, tcheco, polacos, como outros, fugirem de uma época que retardou seus desenvolvimentos. E que competência demonstram na reconstrução de seus países. Tudo isso sem realçar a mudança de rota adotada pela China, com o evidente crescimento pautado exatamente no avanço capitalista no meio do seu povo.
Vindo ao nosso querido Brasil, nos deparamos com um partido comunista com discursos em verdadeira contramão da história. Fica ridículo assistir as manifestações de parlamentares do PC do B, que os retroagem a 100 anos na busca de uma “coisa” que, verdadeiramente, já se foi.
Ficam certas dúvidas. Será que ignoram o evoluir histórico do comunismo? Será que têm checado, in loco, a evidência dessas mudanças que marcam cada vez mais a decadência do comunismo que ainda pretendem?
Será tudo isso fruto de absoluta ignorância de uma nova realidade? Chega a ser irritante ver uma líder do partido, como a Deputada Jandira Feghali, que goza das delícias da vida do Rio de Janeiro, esforçando-se para um discurso antigo, tentando convencer uma população humilde e totalmente desconhecedora da mudança do mundo.
Fica ridículo a referida Deputada tentar harmonizar o seu discurso comunista retrógrado, com a roubalheira do grupo ao qual pertence, enquanto fez parte da base do retirante governo federal petista.
Será que há interesse em enganar? Acho que sim. Acho que é fazer tipo e ao mesmo tempo cultivar as benesses reservadas à “posse” de um partido, por sinal, nanico diante da falta de apoio da grande população brasileira.
E viva a democracia que, em seu nome, tem que albergar esse modelo comunista “tupiniquim” trombando de frente com a realidade do mundo atual. Sem contar com o afundamento de Venezuela, Bolívia geridas pela mesma ideologia do petismo/comunismo. Considerando, ainda, uma Cuba sendo resgatada pela influência do capitalismo americano, aos olhos (e pelas mãos) dos Castros que, exatamente, a derrocaram.
Enfim, manda a democracia que se tolere tal “idealismo” como também os outros pensamentos políticos. Mas, que nos dá a sensação de ridículo, dá. Valendo-nos, pelo mesmo direito, à crítica que a Democracia nos reserva.

                                              Dr. Fauze José Daher