domingo, 22 de novembro de 2015

Vitória do Corinthians: exemplo que transcende

            Sendo são paulino apaixonado, daqueles que, quando assiste o Corinthians jogar, tem o prazer de secá-lo, é obrigatório reconhecer que o merecimento é patente. As palavras do técnico Tite, com elevada sabedoria, permitiram trazer à reflexão sobre o que foi verdadeiro, isto é, todos os parâmetros  por ele delineados foram claros.
 Tite disse: “melhor defesa, melhor ataque, maior regularidade, maior disciplina, maior capacidade em respeitar o adversário, sem praticamente qualquer apelação de jogo”. Tudo verdade além da sua capacidade de montar um time inicialmente desacreditado pelas perdas de craques que eram importantes.
Sem trapaça e sem truculência, com um futebol brilhante, o timão pode ser um exemplo que é transcendente para a vida do brasileiro em tempos atuais, que está sofrendo por um comando defeituoso, com vícios exatamente ao contrário dessas virtudes da campanha do “timão”.
Tite deixou escapar essa mensagem, em clara realidade que bate de frente com governantes, que podem nos fazer imaginar estar ele pensando: como nosso governo poderia ter as virtudes que levaram a uma vitória dentro do palco que apaixona todos os brasileiros. É forte o que disse Tite: “....nossos atletas não tiveram vergonha de serem disciplinados...”, o que poderia ser traduzido aos governantes como: não é vergonha serem honestos.
É um bom exemplo para a classe política atual totalmente desmoralizada pelo elenco de fatos, costumes, posturas que mais envergonham do que honram e estimulam nosso povo na busca de avançar, de forma civilizada, para a meta de ser a  grande nação, que foi sempre cogitada e almejada.
              E hoje é dia de podermos fazer o mesmo, além de refletir  sobre como isso poderia fluir, transcendentalmente, para dentro dos salões das casas governantes. Que assim possa haver esperança de que a safadeza, a trapaça, a corrupção, a agressão timbrada de espírito revolucionário, a insensibilidade e a ladroagem sejam esvaziadas do cenário que envergonha nosso povo, aqui dentro do país e lá fora, como soe acontecer.
Hoje isso fica fácil para nós todos, não só pelo mérito do esporte mas pelo exemplo de direção que coloca o treinador Tite no ponto mais alto da elite de treinadores de futebol, como também o situa como grande colocador de “tiradas” interessantes, e agora com uma mensagem bastante real e amadurecida.
Parabéns, Corinthians. Parabéns, Tite. Os torcedores de todas as agremiações certamente estão de pé aplaudindo essa conquista. Há décadas assistimos povos mais civilizados sempre aplaudir grandes conquistas de adversários. Certamente a grande maioria nesse momento, aqui no Brasil, também está.

                           Dr. Fauze José Daher

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Brasil com paixões feridas e o chororô de um “The Voyce”

           Um país abençoado por tantas benesses e ultimamente ferido por governos e governantes que nos envergonham. Ferido por corrupção que atinge nossos clubes de futebol, além das grandes confederações que têm como mau exemplo a nossa CBF. Uma paixão popular com principais clubes marcados negativamente  como Corinthians (de tempos atrás), Santos (de LAOS), Portuguesa e agora o São Paulo F. C., além de dezenas de outros espalhados pela nossa pátria querida.

         País imobilizado por presidente sem o mínimo escrúpulo de libertar um povo todo aturdido pela desilusão quanto ao futuro. Colocando a ganância pelo poder, jogando pela janela uma história de “revolução guerrilheira” que se confirma agora como uma balela que não merece espaço na história do Brasil, nem a referência como revolução.
         Em meio a tudo isso, nossa TV consegue resgatar audiências com um programa que tem agradado a cada ano: o “The Voyce Brasil”. Algo que continua emocionando e provocando chororôs em todos os cantos, pela qualidade em todos os sentidos.
         Como tem sido motivo de alento em ser assistido! A categoria dos técnicos do programa que a meu ver tem o dedo criativo, inteligente e sensível de Tiago Leifert. Uma harmonia exemplar entre Claudia Leite, Carlinhos Brown, Lulu Santos e agora também com Michel Teló.
E a cada edição, se aperfeiçoando, na ligeireza dos quadros que mostram o desejo, o desempenho e a emoção da consagração ou da eliminação sempre cuidadosa em respeitar a sensibilidade dos cantores.
Traz à tona uma realidade que muitos não conheciam: a riqueza de talentos que merecem e esperam uma chance de mostrar sua habilidade e capacidade de vencer em suas vidas.
Não sei se acontece com todos, a reação que tenho diante de cada um que se apresenta, vencendo ou não convencendo: um chororô difícil de ser contido ou controlado.
Acho que estou ficando muito mole. Mas a verdade é que temos um grande programa contrastando com as apelações de novelas ou programinhas sem graça e difícil de atrair o telespectador.
Merece um horário mais adequado para agradar plateia maior. É, sem dúvida alguma, algo que merece ser esperado no seu dia e horário.
Um contraste entre um debate mostrado pela TV Câmara (Federal), com projeto de lei visando repatriar dinheiro roubado e depositado no exterior, mas com a cara dura do governo em colocar dispositivo, no corpo do projeto de lei, que viria legalizar esse roubo tornando-o “extinto de punibilidade”. Num verdadeiro protótipo armado para derrubar a luta do Juiz Sergio Moro em seguir adiante com o processo investigativo e punitivo da Lava Jato. Provoca isso um desalento, descrença e revolta que ficam amainados pela alegria, emoção e grandeza da criação desse programa revelador de talentos.
Daí ser o Brasil visto como uma terra abençoada por gerar riquezas naturais, por séculos passados, embarcadas para colonizadores e ultimamente assacada por gentalha incompatível com o bem que, por Deus, nos foi reservado.
Enfim, se de um lado há desesperança, de outro um revigorado ânimo embalado na gostosa arte de cantar:
                           E’ assim nossa querida Pátria Brasil.

Dr. Fauze José Daher
Médico/Gastrocirurgião
Advogado

domingo, 18 de outubro de 2015

O Dia do Médico, a medicina e o médico

            O profissional médico tradicionalmente se portou e tem se portado de forma discreta nas suas atividades, o que é uma das características marcantes da classe. Até mesmo na data comemorativa do seu dia posta-se meramente a receber cumprimentos de seus clientes e amigos sem buscar qualquer tipo de efusão comemorativa, além de um tradicional jantar na Casa do Médico.
 Poucas têm sido as empresas prestantes de serviços de apoio, hospitais e laboratórios farmacêuticos que buscam colocar seus anúncios homenageando os profissionais que carregam essa missão milenar e primordialmente configurada por Hipócrates na melhor forma de seu exercício.
Infelizmente o mundo moderno e os últimos tempos em nosso Brasil, tem nos feito assistir sérias mudanças que certamente se refletem no comportamento dos colegas da era atual.
São reflexões das mais profundas e abrangentes que passam pelo absurdo aumento de escolas médicas sem a devida estruturação para tal, cujo resultado é conhecido por exames probatórios realizados pelos próprios Conselhos de Medicina: não muito animadores quanto ao nível de ensino/aprendizado.
O grau de comprometimento profissional, comparado no passado a uma missão sacerdotal, seguramente não é o mesmo assim como não é o desprendimento voltado para a ação desinteressada.
Todos que admiram nossa classe com manifestados carinhos e respeito, merecem saber que temos consciência de que não podemos aceitar perfis comportamentais impróprios, se comparados com tempos que não passam de meio século.
Merecem saber que a grande parte dos colegas da nobre profissão, não aceita a postura muitas vezes gananciosas que chegam a burlar a confiança depositada pelo  paciente, entregando sua dor ou seu problema de saúde sem saber que as escolas médicas muitas vezes são avaliadas insuficientes. 
Dizia o  Prêmio Nobel da Medicina de 1.947, Bernardo Houssay, pesquisador argentino, que já nessa época manifestava real preocupação. Dizia Houssay: “o médico é mais perigoso que uma fera, porque dela as pessoas fogem sabendo do perigo; e ao médico as pessoas se entregam na mais absoluta confiança, sem saber que as escolas não conseguem separar o bom do mau profissional”.
Sabemos que o altíssimo custo de formação do médico, pelas escolas privadas (a grande maioria das existentes hoje), naturalmente compelem o recém ingresso no mercado a buscar o retorno do “investimento” na formação, fazendo precipitar abusos na busca das vantagens que a profissão permite fazer retornar. E o faz em curto espaço de tempo. Só não pode ou não deveria levar a posturas de ganância inaceitáveis nem posturas típicas de desvios profissionais.
Felizmente, com toda a carência de investimento na qualidade dos serviços públicos de saúde, a mídia nacional raramente imputa colegas médicos, a não ser a insuficiência de quantidade dos mesmos a serem disponibilizados pelos governantes.
Tivemos a honra de vivenciar uma Associação Paulista de Medicina ser presidida por Aly Alahmar, Faleiros de Almeida, Matinas Suzuki, Hélio Garcia da Costa, Paulo Monteiro de Barros, Luster Silveira com os quais pode-se aprender verdadeira luta de classe. Contrastando com os tempos atuais em que assumir a entidade significa abraçar uma missão desprezada pela grande maioria, pela falta de respaldo dado ao sistema de saúde a garantir uma  saúde pública decente.
Mas, tirante essa clara realidade, os colegas sentem-se felizes em poderem ser lembrados e cumprimentados, como que a receber o reconhecimento de suas lutas e árduo trabalho, muitas vezes contestados. É hoje típico de uma parte das pessoas ligadas aos pacientes, a ousadia de questionar conduta médica com base em informações colhidas no Google ou outra fonte de internet.
Antigamente respeitava-se a palavra do médico como definitiva no manejo de seus casos, com o mais profundo respeito e compreensão. Nos tempos atuais chega-se a observar momentos de desrespeito e ingratidão.
Enfim, os tempos têm seus sinais. Apesar dessa realidade, é dever de ofício manifestarmos nossa gratidão pela lembrança da digna profissão, cada dia mais incrementada com avanços em todas as especialidades, sempre buscando a cura, o alívio da dor, a prevenção da doença e o bem estar completo dos nossos semelhantes.
Que juntos possamos comemorar a data com alegria e ânimo para desafiar novas etapas.

Dr. Fauze José Daher

Gastro cirurgião e videolaparoscopista da Santa Casa de Barretos
Ex Presidente da Assoc. Paulista de Medicina – Reg. de Barretos
Advogado – OAB (SP)

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A formatura em Direito e o gesto carinhoso, generoso e sem preço



Fim de semana pode contentar mais de mil pessoas que puderam acompanhar a colação de grau, jantar e baile de formatura da XIV turma de Direito do UNIFEB. Fomos 119 alunos festejados por noites que ficarão inesquecíveis em nossas vidas.
Particularmente, poderia reagir de forma mais contida nos sentimentos e na euforia, por conta de já ter vivido esse momento há 41 anos, na minha querida Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Era, então, início de uma carreira de responsabilidade sobejamente conhecida que se me apresentava na idade de 24 anos, após 6 anos de um curso extremamente exigente.
Tudo foi bem, em termos de assimilar a emoção dos meus jovens formandos de Direito, até o momento em que, chamado a colar grau, recebi os aplausos generosos com os “meninos” postando-se de pé, numa atitude coletiva de um respeito que me emocionou.
Não bastasse isso, puseram-se a entoar o grito de “papi” que recebi num significado gostoso, amável, gentil me encarnando a posição dos pais de cada um deles, 5 anos seguidos os acompanhando em nossas aulas.
E foi assim mesmo, porque pude ajudar a decidir frequentes questões do interesse geral da sala, em que somente a experiência seria capaz de apontar o bom caminho. E como foi bom ter outros mais vividos como os queridos Luciano e Geisel, como parceiros nessa missão.
Não foram momentos plenamente pacíficos: houve situações que agradavam por um lado e desagradavam por outro, numa repetição clássica e milenar daquilo que a vida apresenta àqueles que têm convivência estreita como foi a nossa.
Quantos não foram os momentos, mormente, nos 2 primeiros anos, em que tive que assumir o dever de conclama-los ao silêncio e à maior atenção aos Mestres ? E como foram cordatos em atender, como que a conceber as minhas atitudes provindas de seus “papis” dentro da sala de aula.
Sinceramente, se seus gestos na colação de grau não acontecessem, eu saberia entender que estaria sofrendo as consequências das duras exigências que os pais devem impor nos vários momentos da boa criação.
Mas não. Eles foram extremamente generosos, compreensivos e amáveis, premiando-me com algo que, de surpresa, realmente tocou-me fundo transformando, para mim, um evento de que nunca vou me esquecer.
Muito obrigado minhas queridas e queridos colegas Advogados. Tenho a certeza que dentre Vocês teremos no futuro, brilhantes profissionais, Juízes de Direito, Promotores de Justiça, Desembargadores, Delegados, Dirigentes de cartórios e agentes políticos com missão de darem rumo a um país carente de grandes cidadãos.
Há muitas coisas boas para comemorar relacionadas à escola, aos queridos Mestres, à preocupação em lastrear nossa principal universidade no fecho de seus 50 aos de existência. Entretanto, peço vênia para publicar algo pessoal, que é a gratidão pelos aplausos de pé e a consideração de “papi” que estarão marcando, gostosamente, em mim, minha família, meus familiares e meus queridos amigos que lhes puderam assistir.
 Mais do que um Gastrocirurgião, Mestre em Ciências (Escola Paulista de Medicina- UNIFESP), Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos e Conselheiro Curador do UNIFEB, paira em mim o orgulho de ser

Bacharel em Direito pela querida XIV Turma.

Um beijo no coração de todos VOCÊS.

Fauze José Daher