segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Santa Casa: processo de reformulação começa a andar

             Interessante ver pessoas fazer cobranças, nas redes sociais, relacionadas com a Santa Casa de Barretos: em boa parte pelo interesse pela mesma e pela saúde da população (o que é bom); por outra parte, envolvendo interesses diversos. Vão desde concorrência hospitalar, interesse político, vontade de aparecer, confundir a opinião pública, etc.

         Ao tempo de (ainda) estar chegando a primeira fatia de recurso do Estado, ficam cidadãos fazendo cobranças, resultados, muitos dos quais dependem de recomposição da estrutura do hospital, corroída ao longo do tempo.
         São problemas acumulados há mais de 35 anos, que deverão ser sanados de forma desafiadora visando, antes de mais nada, um novo modelo administrativo. Chamam atenção especulações do tipo - pretensão de retomada do controle da instituição, nos moldes antigos, tão logo sejam regularizadas as atividades do hospital.
         Depois de um longo trabalho que deverá ser realizado, envolvendo setores complexos da Santa Casa, não é lógico nem lícito devolve-la a um controle que exatamente a levou à drástica condição de quase fechar, faltar comida e medicação para os pacientes, calotes a diversos credores e funcionários.
         Nesse momento começam a ser adotadas medidas que atingem inclusive médicos que possam estar ou estiveram envolvidos no processo de comprometimento da situação do nosocômio.
Temos levado ao Ministério Público competente a importância e necessidade de esclarecimento das causas, inclusive, se nelas estiverem envolvidos colegas médicos, atitude essa de nos postar distante de qualquer comportamento corporativo. Se existe uma fama geral de que Corpo Clínico costuma proteger erros ético profissionais, não será nessa gestão que isso irá acontecer. E se existem maus colegas, certamente são muito poucos, quando entendemos que não devia haver sequer um.
Outra questão está relacionada com a paciência para o andamento do processo de recuperação do hospital. Se 1 milhão por mês apenas tira a gestão do vermelho contábil, todo o processo final envolverá grandes cifras que poderão vir no bojo do compromisso do Governo Alkmin de transformar nossa Santa Casa em padrão estruturante, junto a mais 10 outras no Estado. Isso dará a ela capacidade de ser ponto de resolução de casos que envolvem tratamentos de alta complexidade, para nossa cidade e nossa região.
Esse processo que deve custar em torno de 45 milhões de reais, não vai poder ser consolidado num passe de mágica. Mormente se nos depararmos com manifestações insistentes de poucos e de uma mídia com vício de intenção, a todo instante ficar apontando falhas sem o lógico prazo para a devida implementação. Também é um volume de recurso que não poderá ser colocado em modelo de gestão inconfiável. Quem bem conhece o Governador Alkmin, ao longo de sua vida pública, sabe o rigor de sua cobrança quanto à aplicação do recurso público.
As coisas vão melhorar significativamente. É importante cada um ajudar ou pelo menos não atrapalhar no processo de reconstrução. Precisa o leitor dessa crônica ficar atento ao que existe no fundo das manifestações que envolvem a Santa Casa. Mormente, nas redes sociais e na mídia convencional.
Não é difícil aos barretenses mais antigos, pelo que conhecem de tempos passados, fazer a leitura da matéria e da intenção. Porém, os mais novos na cidade sentem certa dificuldade para entender. Será que a notícia dada é informar ? Ou é difamar ? Será que significa impactar negativamente algum interesse partidário, grupal ou empresarial ? Fique atento nos propósitos, procurando deletar aquilo que vem para confundir.
O importante é acreditar, pois, muita coisa já melhorou sem o aporte efetivo de grande recurso financeiro. O clima interno já é claramente outro. E certamente, com trabalho, irá avançar como a população espera.

                           Dr. Fauze Daher (Diretor Clínico)